Mochilas: das costas das crianças para as costas dos deputados

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[Fotografia: Shutterstock]

Foram mais de 48 mil as pessoas que subscreveram a petição contra o peso excessivo das mochilas escolares que as crianças carregam sempre que vão para as aulas.

Os responsáveis pela iniciativa preparam agora a entrega do documento na Assembleia da República, marcada para esta sexta-feira, 17, às 14.00h. Espera-se agora o agendamento da discussão parlamentar em torno desta iniciativa de cidadania.

O objetivo é levar o tema a discussão entre os deputados e encontrar soluções legislativas que façam frente a esta prática. O documento, contudo, avança já com algumas ideias que podem vir a ser vertidas na lei, caso venha a ter lugar.

Entre elas, os peticionários pedem que o peso das mochilas escolares não ultrapasse os 10% do peso corporal das crianças, tal como sugerido por associações europeias e americanas, apelam também à obrigatoriedade de as escolas pesarem as mochilas das crianças semanalmente e pedem uma balança digital para cada sala de aula, a ser vistoriada anualmente.

Cacifos e manuais trimestrais

A existência de cacifos – quer nas escolas públicas, quer nas privadas – é também um pedido sublinhado nesta proposta e, por fim, os subscritores exigem às editoras responsáveis pela produção de manuais escolares a criação de livros e manuais escolares com recurso a papel de menor gramagem ou divididos em fascículos, correspondendo um a cada trimestre segundo os três períodos do ano.


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O ator e encenador José Wallenstein é um dos principais signatários desta petição que começou há precisamente um mês, 16 de janeiro.

José Wallenstein [Fotografia: Vasco Neves/Arquivo]
José Wallenstein [Fotografia: Vasco Neves/Arquivo]
“Os nossos filhos não podem ser burros de carga”, alerta o ator, que cita os dados da Organização Mundial de Saúde.

“A OMS definiu o limite de 10% de peso da mochila face ao peso da criança. Este limite tem de ser cumprido e não é. Esta é uma questão de saúde pública, por isso é urgente os políticos legislarem sobre esta matéria pela defesa da saúde e do bem-estar das nossas crianças e jovens”, afirmou Wallenstein, de acordo com o comunicado enviado à imprensa.

“As mochilas escolares não devem ultrapassar 10% do peso de quem as transporta. E porquê? Porque as crianças que transportam regularmente peso excessivo às costas são as que têm mais probabilidade de desenvolver deformações ao nível dos ossos e dos músculos. Quanto mais pesada for a mochila, maior probabilidade de problemas de saúde terá”, lê-se na petição, que cita especialistas na matéria.

O documento conta com o apoio da Confederação Nacional das Associações de Pais, da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação, da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, bem como com a concordância de médicos da especialidade. Estes, referem os responsáveis pela iniciativa em comunicado, “ajudaram a validar o texto da petição e envolveram-se na causa.

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