Lidija Kolovrat colocou o preto no branco e o branco no preto, misturou luz e trevas e deixou no ar a questão: ficar na mesma ou mudar? A dualidade da escolha foi uma constante em todo o desfile da designer, o penúltimo da noite, que terminou ao som de Os Vampiros, de Zeca Afonso.
Somente masculina, a coleção para a primavera/verão 2017 da criadora bósnia residente em Portugal pauta-se por silhuetas oversize e assimétricas, materializadas em peças que se sobrepõem umas às outras e que reforçam o jogo de contrastes – ao nível da cor, das texturas e das proporções – que Kolovrat quis criar.
Na passerelle avistaram-se coletes leves sobre t-shirts e camisolas estruturadas, assim como malhas desfiadas que transmitem a ideia de um trabalho inacabado ou em constante mutação. Numa coleção predominantemente negra destacaram-se os coordenados brancos, alguns dos quais com estampados semelhantes a brechas. Afinal, é por aí que a luz entra.
Fotografias: Rui Vasco/ModaLisboa