O tiro de partida já foi dado para a 55ª edição da ModaLisboa. Um certame que conhece agora alterações devido às restrições impostas pela pandemia e que leva a que os desfiles sejam agora ao ar livre e perante um plateia presencial com uma redução na ordem dos 80%.
O arranque da apresentação de coleções para a Primavera/verão de 2021, que teve lugar esta quinta-feira, 8 de outubro, chegou com ousadias e novas apresentações.
O designer Nuno Baltazar agitou certezas quando, à hora do desfile, apresentava as suas propostas como se de um ensaio se tratasse. Na verdade, este foi o nome que deu aos coordenados que apresentou como se de bastidores se tratasse.
Ouviam-se as ordens do designer aos manequins – informação geralmente reservada para trás das cortinas -, posicionamento, revisão de detalhes de maquilhagem e cabelos. Um desfile que colocou as modelos a desfilar com os pés dentro de água no Espelho de Água, no Parque Eduardo VII, em Lisboa.
O dia ficou marcado pela apresentação das coleções da Buzina, João Magalhães Valentim Quaresma e Ricardo Preto, que fechou o primeiro dia de apresentações com propostas românticas e estruturadas para a próxima estação.
Maquilhagem: das cores fortes ao romantismo
Num certame em que a roupa ganha especial destaque, também a maquilhagem, cabelos e acessórios se apresentam a querer marcas as próximas tendências.
Neste primeiro dia de apresentação, as cores fortes que Buzina apostou nos olhos das manequins ganhou força total na coleção de João Magalhães, que trouxe propostas a tingir rostos de tons marcantes.
Nuno Baltazar apresentou lábios marcados por tons rosa e pondo em evidência o romantismo.
Valentim Quaresma aplicou acessórios pretos trabalhados nos rostos dos manequins.
Novas regras devido ao Covid-19
Máscaras, luvas e gel desinfectante compõe-se agora como acessórios incontornáveis nesta edição de moda que chega com novas regras. O Pavilhão Carlos Lopes, onde em edições anteriores cabia uma sala de desfiles, área social, sala de imprensa e bastidores, passou a servir unicamente de ‘backstage’.
É nestes espaços, mais amplos do que o habitual, que os manequins fazem o ‘fitting’ (vestem as roupas que vão desfilar), que nesta edição “é mais rápido”, visto que, explicou o coordenador de ‘backstage’ e diretor de ‘casting’ da ModaLisboa, Luís Pereira, à Lusa, “não há trocas de roupa durante os desfiles”.
Os assistentes de camarim, que mexem na roupa e nos acessórios, estão de máscara, obrigatórias para quem entra nos bastidores, mas também de luvas. Os espaços destinados à maquilhagem e aos cabelos estão agora em zonas diferentes do Pavilhão Carlos Lopes e, em cada um deles, as cadeiras estão mais afastadas do que é habitual.
Luís Pereira confirma que “os espaços costumam ser mais pequenos e às vezes aglomeravam muita gente, acabando as pessoas por trabalhar em cima uma das outras”. “A preocupação este ano foi ter espaço para se conseguir trabalhar à vontade”, referiu.
Depois de devidamente penteados, maquilhados e vestidos, hoje os manequins tiveram de se deslocar cerca de 450 metros desde os bastidores até às ‘passerelles’ improvisadas no Jardim Amália Rodrigues, no alto do Parque Eduardo VII. O percurso é feito a pé ou em pequenas carrinhas. Este afastamento, “em termos de produção é mais difícil”.
Esta 55.ª edição da ModaLisboa, que decorre até domingo, pode ser acompanhada ‘online’, através de uma app para telemóveis e tablets, de uma app TV da Meo e de um ‘microssite’.