Morreu a escritora e jornalista Joan Didion. Tinha 87 anos

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Fotografia: D.R.

A escritora norte-americana Joan Didion, autora de O ano do pensamento mágico, morreu esta quinta-feira, 23 de dezembro, aos 87 anos, revelou a editora Penguin Random House.

Segundo a editora, Joan Didion, “uma das autoras mais incisivas do país”, morreu em Nova Iorque, de complicações decorrentes da doença de Parkinson. Romancista, jornalista, ensaísta, Joan Didion foi uma das mais distintivas vozes da literatura norte-americana, conhecida pelos ensaios e reportagens sobre a cultura e política dos Estados Unidos, em particular a partir dos anos 1960, relembra o jornal The New York Times.

Já a Associated Press sublinha que Joan Didion integrava “o panteão dos ‘new journalists'”, juntamente com Tom Wolfe, Nora Ephron ou Gay Talese, combinando as técnicas literárias com os princípios do jornalismo para escrever reportagens sobre a atualidade, fosse um sismo ou umas eleições.

Recorrentemente falada para o Nobel da Literatura, Joan Didion publicou várias coletâneas, entre as quais “Slouching Towards Bethlehem” e “The White Album”, a partir de textos que publicou na imprensa norte-americana, como Life, New York Times e The New York Review of Books.

Didion editou o primeiro romance, Run, River, em 1963, mas a obra mais conhecida deverá ser o livro de memórias O ano do pensamento mágico (2005), sobre luto e perda, pela morte do marido, o escritor e crítico literário John Gregory Dunne, em 2003 e pela doença da filha adoptiva, Quintana Michael.

O ano do pensamento mágico valeu-lhe o National Book Award dos Estados Unidos, de melhor obra de não-ficção, e teve, anos mais tarde, uma adaptação para teatro, num monólogo interpretado pela atriz Vanessa Redgrave. Em Portugal, a peça foi interpretada pela atriz Eunice Munõz.

Além de “O ano do pensamento mágico”, em Portugal estão editados “A última coisa que ele queria” e “Noites azuis”, este sobre a filha que morreu em 2005, aos 39 anos.

Em 2012, Joan Didion foi distinguida pelo então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por ter dedicado a vida “a olhar para as coisas que as outras pessoas se esforçam por não ver”.

Didion contou a sua história no documentário The Center will not hold“, realizado pelo sobrinho, Griffin Dunne, estreado na plataforma Netflix