Era conhecido como um dos pais da moda low cost e do conceito de fast fashion (moda para consumo rápido). Arthur Ryan, fundador da cadeia de lojas Primark, morreu na segunda-feira, 8 de julho, tinha 83 anos.
A notícia, avançada pela imprensa britânica, partiu de um comunicado da multinacional de roupa e acessórios. O presidente executivo da companhia, Paul Marchant, lembrou-o como “um pioneiro da moda, um visionário e um líder”.
O CEO evocou, ainda, o legado: “Ele desafiou-nos a todos a sermos o melhor que podemos ser. A sua ambição e paixão sempre andaram lado a lado com uma grande humildade, integridade e apoio às suas pessoas.”
De origem irlandesa, Ryan nasceu em 1935 e era o exemplo raro de um homem que, sendo de uma família humilde, criou um império. Um verdadeiro self made man, filho de um empregado de uma seguradora e de uma dona de casa.
Os estudos começaram em Dublin, mas as fundações para o seu império nasceriam já em Londres e já depois de ter passado pelo universo da moda ao trabalhar nos grandes armazéns do setor como o Swan & Edgarde Picadilly Circus. Do stand dos laços para o universo da distribuição, na Carr & McDonald, este salto permitir-lhe-ia conhecer por dentro as costuras deste negócio.
Regressaria à sua terra natal em 1962, abrindo uma versão das lojas de vestuário mais em conta oriundas dos Estados Unidos da América, a J.C. Penney. Porém, 12 anos depois criaria a sua versão deste conceito e levá-lo-ia da Irlanda para Inglaterra, mudando, claro, o nome. Hoje, 45 anos depois, a companhia soma mais de 370 lojas, conta com 75 mil trabalhadores e opera em 12 países, e Portugal é um deles.
Um percurso profissional de absoluto sucesso que foi ensombrado por episódios pessoais negros. O mais recente foi em 2015 quando perdeu a família – à exceção da neta, Charlotte Davis Ryan – num trágico afogamento, numa praia em Cork, Baltimore. Para lá do filho, Barry Ryan, de 51 anos, Arthur perdeu o neto, Barry, e a namorada deste, Niamh O’Connor, ambos de 20 anos. Recuando ao século passado, Arthur Ryan viveu com o medo de ser raptado pelo IRA, numa altura em que o conflito independentista subiu de tom.
CB
Imagem de destaque: Javier Barbancho/Reuters
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