Morreu David Lynch, o realizador das mulheres misteriosas e intensas

David Lynch dead at 78
David Lynch [Fotografia: EPA/TYTUS ZMIEJEWSKI]

“Há um grande vazio no mundo agora que ele já não está entre nós. Mas, como ele diria, ‘mantém os olhos no donut e não no buraco’. A frase evoca o desaparecimento de David Lynch, aos 78 anos.

A família do realizador, que pede “alguma privacidade nesta altura”, cita-o de uma forma inesperada – com o próprio era – na hora de despedida: “Está um dia lindo, com sol dourado e céu azul por todo o lado”, lê-se na mensagem da família na rede social Facebook.

O criador da série “Twin Peaks” nasceu a 20 de janeiro de 1946, no estado de Montana, nos Estados Unidos da América e deixa um legado de grandes histórias e de personagens femininas marcadas pela vulnerablidade e fragilidade, pelo mistério e pela intensidade, incarnadas por nomes como, entre tantos outros, Isabella Rosselini, Laura Dern, Naomi Watts e Patricia Arquette.

A figura incontornável do grande ecrã venceu a Palma de Ouro de Cannes em 1990, com Um coração selvagem e o prémio de melhor realizador em 2001, com Mulholland Drive. O Festival de Veneza deu-lhe o Leão de Ouro de carreira em 2006.

De acordo com a revista Variety, Lynch revelou no ano passado que lhe tinha sido diagnosticado um enfisema após uma vida inteira de tabagismo o que o impediria de continuar a sair de casa para realizar filmes.

O realizador foi quatro vezes nomeado aos Óscares, mas acabaria por receber a estatueta dourada pelo prémio de carreira em 2020.