Morreu Lina Wertmuller, primeira mulher realizadora nomeada aos Óscares

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[Fotografia: Frederic J. BROWN / AFP]

A italiana Lina Wertmuller, pioneira do cinema e a primeira mulher realizadora a ser nomeada para os Óscares, morreu esta quinta-feira, 9 de dezembro, em Roma aos 93 anos, revelaram os ‘media’ italianos.

Lina Wertmuller, nascida em Roma em 1928, de uma família aristocrata com raízes suíças, estudou teatro, dirigiu espetáculos de marionetas, escreveu para rádio e televisão, mas foi no cinema que se notabilizou. Nos anos 1960, foi assistente do realizador Federico Fellini, que considerava um mentor, no filme “8 1/2”.

A agência France-Presse apelida-a de “rainha da comédia”, enquanto a agência noticiosa italiana Ansa sublinha o “toque surrealista e cómico” nas obras, e escolha de títulos longos, quase uma imagem de marca de Lina Wertmuller.

Assinou o primeiro filme em 1963 com “I basilischi”, e saboreou o sucesso com o filme “Mimi metallurgico ferito nell’onore”, em 1972, que competiu para a Palma de Ouro, em Cannes.

Na mesma década, em 1977, foi a primeira mulher a ser nomeada para o Óscar de melhor realização, com “Pasqualino Settebellezze”, filme que contou ainda com outras três nomeações para os prémios da academia norte-americana, incluindo o de melhor ator, para Giancarlo Giannini.

Na altura, Lina Wertmuller era uma das poucas mulheres a trabalharem em cinema, sem ser na representação, num tempo em que predominavam os homens atrás das câmaras.

Nos anos mais recentes, o seu cinema esteve mais atravessado por temas históricos e políticos, mas sempre com um humor corrosivo.

Em 2019, a academia norte-americana atribuiu-lhe um Óscar honorário pelo conjunto da carreira