Morreu o escritor e mentor da Expo98. Mega Ferreira tinha 73 anos

Escritor e gestor cultural António Mega Ferreira morre aos 73 anos
[Fotografia: MIGUEL A. LOPES / LUSA]

O escritor, poeta e gestor cultural António Mega Ferreira morreu esta segunda-feira, 26 de dezembro, aos 73 anos, em Lisboa, confirmou à agência Lusa fonte próxima do antigo jornalista.

António Mega Ferreira, nascido em 1949, com mais de trinta obras publicadas, entre ficção, ensaio, poesia e crónicas, chefiou a candidatura e foi comissário da Expo98, depois presidente da Parque Expo, e também dirigiu a Fundação Centro Cultural de Belém, em Lisboa, entre 2006 e 2012.

O Presidente da República evocou “já com saudade” António Mega Ferreira, lembrando o seu papel na Expo 98 e considerando-o “um dos melhores” da sua geração na área da Cultura. “Foi um dos melhores da sua e minha geração no campo da cultura. Presto-lhe a minha homenagem sentida”, destacou Marcelo Rebelo de Sousa, numa mensagem de condolências divulgada na página da Presidência da República.

O chefe de Estado recordou Mega Ferreira como “colega desde o liceu Pedro Nunes até ao fim do curso na Faculdade de Direito de Lisboa, um amigo de sempre, jornalista da imprensa e da televisão, editor, ficcionista, ensaísta, cronista, poeta, tradutor, gestor cultural” e classificou-o como “uma das figuras mais dinâmicas da cultura portuguesa do último meio século”.

“Todos conhecem o seu papel na Expo 98, que não foi só um evento temporalmente situado, mas um momento transformador de Lisboa, a cidade sobre a qual Mega Ferreira apaixonadamente escreveu”, referiu.

Na nota, o chefe de Estado afirma que “o trabalho de António Mega Ferreira enquanto gestor (na Expo, depois no CCB, mais tarde na Metropolitana) deixou um pouco na sombra o escritor”.

“Ainda que, nas últimas duas décadas, se notasse um renovado empenho nas obras de criação, fossem poemas, romances biográficos, livros de crónicas ou de viagens, monografias, ensaios cultos, até ao seu último livro, um dicionário de palavras que deixámos de usar, mas que mantêm o travo da história vivida e da História coletiva”, salienta.

O Presidente da República recorda-o ainda como um “esteta, entusiasta, erudito”, com uma personalidade em que conviviam “o comprometimento cívico e a distância irónica”.

LUSA