Morreu o fotógrafo da princesa Diana. Patrick Demarchelier tinha 78 anos

Patrick Demarchelier 43326609_327E39A
Patrick Demarchelier [Fotografia: Astrid Stawiarz / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP]

Foi um dos mais icónicos fotógrafos da moda internacional. Patrick Demarchelier, que morreu aos 78 anos, “construiu”, com a sua lente, a imagem pública da princesa Diana. Os últimos anos de vida ficaram marcados e manchados por acusações de assédio sexual.

O fotógrafo francês autodidata, que morreu na quinta-feira, teve sua primeira capa da Vogue em 1977 e foi responsável por uma das mais icónicas, com Madonna, em 1989. No final desse ano seria nomeado fotógrafo pessoal da princesa Diana – naquela que seria a primeira vez que um não-britânico se tornava um elemento oficial da família real – e seria decisivamente catapultado para o estrelato. Entre as mais emblemáticas imagens captadas à Lady Di está aquela em que, sorrindo, Diana abraça os joelhos enquanto usava um vestido branco sem alças e uma tiara e outra em que ela usa uma camisola turtleneck, celebrizando-a como ‘Princesa do Povo’.

Demarchelier teve uma longa colaboração com a Vogue e a Harper’s Bazaar e fotografou todos os nomes no auge das supermodelos da década de 90 do século passado: de Cindy Crawford a Naomi Campbell, de Kate Moss a Christy Turlington. Produziu campanhas para marcas importantes como Chanel, Donna Karan, Dior, Louis Vuitton, Ralph Lauren, Tommy Hilfiger e muitas outras. No cinema, Demarchelier deixou a sua marca ao retratar nomes como Angelina Jolie, Robert DeNiro, Anthony Hopkins e Oprah Winfrey.

Nos anos 2000, Demarchelier era famoso o suficiente para ser citado no filme O Diabo Veste Prada, protagonizado por Meryl Streep, e por uma participação especial no filme Sexo e a Cidade. Em 2007, foi homenageado pelo estado francês com a Ordem das Artes e Letras e dois anos depois foi protagonista da retrospectiva do seu trabalho no museu Petit Palais, em Paris.

Mas o estado de graça terminaria em 2018 quando foi acusado de assédio e abuso sexual. No âmbito do movimento #MeToo, o jornal The Boston Globe revelou denúncias de sete mulheres, incluindo a sua antiga assistente.

Demarchelier negou as acusações, descrevendo-as como “impossíveis” e “pura mentira”, mas a editora Conde Nast deixou de trabalhar com ele. Muitos outros tiveram lembranças mais felizes.

“Estou grata por ter tido a sorte de estar diante das suas lentes”, escreveu a modelo Gigi Hadid no Instagram após sua morte. “O mais gentil, o mais lendário, suave, mas cheio de vida.”

A modelo Emily Ratajkowski, que falou abertamente sobre assédio sexual na indústria, teve experiências positivas com Demarchelier. Ela publicou várias fotos nua e com a legenda: “Tão honrada por ter trabalhado com a lenda e o mais adorável @patrickdemarchelier, irá fazer falta”.

Demarchelier nasceu na cidade de Le Havre, no norte da França, a 21 de agosto de 1943, e recebeu sua primeira máquina fotográfica do padrasto, quando fez 17 anos. Autodidata, começou a trabalhar como fotógrafo de moda na década de 1960, em Paris, antes de se mudar por amor, para Nova Iorque, em 1975. Patrick Demarchelier, deixa esposa, três filhos e três netos.

CB com agências