A escritora norte-americana Toni Morrison, Nobel da Literatura, uma das vozes das letras afro-americanas e a primeira autora negra a ganhar este prémio, morreu na segunda-feira, aos 88 anos, em Nova Iorque, revelou esta terça-feira, 6 de agosto, a editora Alfred A. Knopf.
Nascida em 1931 em Lorain, Ohio, Toni Morrison formou-se em Língua Inglesa e lecionou em várias universidades, tendo trabalhado também como editora na Random House, num papel que lhe permitiu divulgar outros nomes da literatura afro-americana.
Estreou-se como autora pouco antes dos 40 anos, em 1970, com o romance “The Bluest Eye”. Seguiram-se “Sula” (1973), “Song of Solomon” (1977), “Tar baby” (1981) ou “Beloved” (1987), todos eles dando voz a personagens negros.
Em 1993, foi a primeira escritora negra a ganhar o Prémio Nobel da Literatura. A Academia Sueca sublinhou então a presença da tradição afro-americana na obra da autora, por influência dos livros que lia e das histórias que o pai lhe contava, e da transposição desse património cultural para romances sobre redenção e integridade.
A atribuição do Nobel aconteceu-lhe já depois de ter sido amplamente premiada nos Estados Unidos, nomeadamente com o Pulitzer em 1988 com “Beloved”, a primeira obra da escritora editada em Portugal, com o título “Amada”.
Autora ainda de ensaios, livros para crianças e teatro, Toni Morrison publicou o último romance, “Deus ajude a criança”, em 2014.
Da autora estão publicados vários títulos em Portugal, entre os quais “Deus ajude a criança”, “Amada” e “A Dádiva”.