Mulher bonita com uma profissão intelectual? Há quem ainda não acredite

Será possível ser-se bonita e médica ou juíza ao mesmo tempo? A pergunta parece do século passado. Mas e se lhe dissermos que a maioria das pessoas entrevistadas para um estudo para a marca Cien, respondeu que “não”?

Dois terços dos inquiridos entrevistados pela Ipsos Apeme, para a marca de higiene e beleza vendida na cadeia de supermercados Lidl, consideram que as mulheres bonitas não desempenham profissões intelectualmente exigentes.

Este preconceito, diz a análise, está mais presente nos homens do que nas mulheres e na maioria dos inquiridos mais velhos, que respondeu que as mulheres bonitas em análise não terão um curso superior.


Veja os gráficos do estudo na fotogaleria.


No estudo foram apresentadas fotografias de mulheres com características diferentes. Os entrevistados, uma amostra de 150 homens e 152 mulheres, com idades entre os 18 e os 55 anos, foram desafiados a identificar as profissões e habilitações literárias de um conjunto de mulheres. Metade, eram mulheres particularmente bonitas e a outra metade, mulheres comuns.

Os resultados revelaram a existência de preconceitos sobre a mulher e a sua beleza e a influência da imagem na perceção do que é uma mulher inteligente, com cerca de dois terços dos entrevistados (62%) a responder que as mulheres “bonitas” seriam modelos, hospedeiras ou promotoras. Este resultado sobe para 65%, no caso dos homens entrevistados.

Por oposição, em relação às mulheres ditas “comuns”, cerca de 62% dos homens entrevistados respondeu que estas deveriam ter cursos superiores e 70% que deveriam ter profissões associadas a habilitações literárias superiores, como juíza, engenheira ou executiva.

Habilitações literárias e cursos superiores
Quando questionados sobre as habilitações académicas das mulheres fotografadas, metade da amostra total (50%) respondeu que as mulheres não tinham curso superior. Na análise das respostas por género, concluiu-se que 48% das participantes do sexo feminino assumiu que as mulheres “bonitas” não tinham mais do que um curso técnico e 58% achou que eram todas modelos, hospedeiras ou promotoras.

Por oposição, as respostas relativas às fotos de mulheres “comuns” revelaram que 51% dos homens entrevistados achou que as mulheres particularmente bonitas tinham apenas um curso técnico ou inferior, enquanto dois terços considerou que as mulheres mais comuns teriam curso superior.

Mais velhos têm mais preconceitos
O estudo confirmou também a existência de um fosso geracional: quanto mais velhos os entrevistados, maior a probabilidade de acharem que as habilitações serão mais baixas nas mulheres mais bonitas.

53% dos entrevistados, com idades entre os 45 e os 55 anos, afirmou que estas mulheres não teriam mais do que um curso técnico contra 44 % dos entrevistados com idades compreendidas entre os 18 e os 24 que disse o mesmo.