Mulher saudita faz história ao volante de um Fórmula 1

Aseel Al-Hamad RT_Jean-Paul Pelissier
Aseel Al-Hamad [Fotografia: Jean-Paul Pelissier/Reuters]

É formada em engenharia, pintora, empresária e uma confessa amante de carros. Aseel Al-Hamad é também saudita, sendo originária de um território que, até domingo último, 24 de junho, impedia que as mulheres conduzissem.

Para celebrar o fim desta interdição histórica na Arábia Saudita, a Renault convidou esta mulher de negócios, membro diretivo da Federação de Automobilismo da Arábia Saudita e elemento do Clube de Proprietários de Ferrari, para pilotar um Lotus Renault E20, antes do arranque do Grande Prémio de França.

A empresária completou a volta do circuito de Castellet num carro que passou pelas mãos de Kimi Raikkonen, no Grande Prémio de Abu Dhabi, em 2012.

Na galeria acima veja algumas das imagens da saudita que é também responsável por uma revista de carros desportivos, a Rose Auto Magazine, a primeira publicação feminina neta área no Médio Oriente e virada para o mundo automobilístico.

“Esta é melhor maneira de iniciar um novo ciclo, uma nova era”

Al-Hamad torna-se, assim, no rosto mais mediático de uma luta feminina na Arábia Saudita. Segundo dados avançados pelo periódico francês L’Observateur, cerca de 120 mil sauditas tinham já submetido pedidos para começar a tirar a carta de condução desde a aprovação do diploma.

Numa entrevista à Autosport, Aseel Al-Hamad agradeceu à Renault a forma como evocou a mudança histórica. Considerou até tratar-se de “um belo gesto” da marca “e da Fórmula 1 apoiar um dia histórico na Arábia Saudita”.

Nas mesmas declarações, esta engenheira de Design e empresária afirmou estar naquele papel “como embaixadora do país”. “Espero ter dado o meu melhor hoje, esta é melhor maneira de iniciar um novo ciclo, uma nova era”, declarou.

Já sobre a lei aprovada pelo rei Mohammed bin Salman, e que agora entrou em vigor, Al-Hamad só podia festejar. Na ocasião, afirmou: “Fiquei muito contente com a decisão, tal como qualquer outra mulher saudita, e garantiram-me que a minha escolha de comprar um carro seria a melhor decisão que iria tomar. Estou muito feliz porque vou poder conduzir no reino”, afirmou ao Arab News.

Imagem de destaque: Jean-Paul Pelissier/Reuters

Sauditas vão poder conduzir, mas ainda falta tanto para chegar à igualdade