Mulheres com 29% de acesso a uma posição de liderança no trabalho

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Apesar de ser algo que já faz parte das nossas vidas, não deixa de ser curioso como, em muito pouco tempo, o mundo digital dominou o mundo. A era da transformação digital tornou-se muito presente e, se houve algo que percebemos durante a quarentena, é que a adaptação a este novo ambiente digital é bastante necessário.

María Barrié, diretora de marketing e comunicação na empresa The World is Digital, disse ao site SModa que “a Covid-19 acelerou a digitalização, em apenas três meses. A sociedade acostumou-se ao mundo digital e o comércio eletrónico cresceu exponencialmente em torno de 80%”.

Mas para nos habituarmos a este mundo digital, é necessário que aprendamos novas habilidades, algo que o mercado atual também exige.

Segundo o relatório El desafío de las vocaciones STEM, publicado pela Associação Espanhola de Digitalização (DigitalES), há pelo menos dez mil vagas de empregos no setor de tecnologia devido à falta de qualificações.

Atrair novos perfis e democratizar esta educação para fornecer as ferramentas necessárias é essencial. “A tecnologia pode ajudar a preencher todos os tipos de lacunas: distância, género ou raça. O problema é que as profissões digitais, que também são intensivas e mais bem pagas que a média, estão fundamentalmente nas mãos de grupos privilegiados”, ressalta Rebeca Navarro, diretora de talento, desenvolvimento e diversidade da Vodafone, ao SModa.

No entanto, são as habilidades digitais que distinguem um bom líder de outros funcionários. Para Noelia Fernández, diretora de grandes contas da Google, um líder com a capacidade de identificar e aprimorar as habilidades dos seus funcionários influencia o crescimento da empresa.

“Essa habilidade é mais importante do que nunca. É uma responsabilidade da parte das organizações, que deve ver onde está o talento e incentivá-lo a avançar“, afirma a especialista.

A descriminação de género

Ainda assim, a diferença no acesso a uma posição de liderança no caso das mulheres é ainda maior. Segundo o relatório Women in Business 2020, publicado pela consultora Grant Thorton, em Espanha, a média de mulheres que ocupam cargos de gerência em grandes empresas cresceu 34%; no entanto, a média mundial continua em 29%.

As mulheres continuam a assumir mais tarefas dentro da família do que os homens e continuam a ser as primeiras a renunciar e dar um passo atrás quando confrontadas com a maternidade ou os cuidados dependentes”, afirma Rebeca Navarro acrescentando que “infelizmente, isso acontece e explica todas as outras lacunas”.

Segregar empregos por sexo, ao falar sobre “empregos de homens” e “empregos de mulheres”, nesta nova era digital pode parecer ridículo, no entanto, o facto de as mulheres optarem pela engenharia ainda é um desafio.

Apenas 12,7% das estudantes universitárias escolhem cursos tecnológicos, de acordo com o relatório Mulheres na Economia Digital de Espanha, realizado pelo DigitalES.

Atrair mais mulheres para estas carreiras é uma missão que deve começar em idade muito jovem. As oportunidades para o futuro são claras: o mundo será especializado em digital “, explica Eva Rodriguez Labella, consultora estratégica de marketing digital.