Mulheres confiam no farmacêutico quando têm de tomar a pílula do dia seguinte

Pílula do dia seguinte

As relações sexuais desprotegidas muitas vezes acabam por originar momentos de sobressalto entre os casais devido à possibilidade de uma gravidez não desejada. Quando isto acontece, a maioria das mulheres corre até à farmácia mais próxima à procura da pílula do dia seguinte. Um estudo realizado pela IMS Health concluiu que, nestas alturas, 98% das mulheres confiam no farmacêutico para decidir que pílula devem tomar.

“Muito se discute sobre o aborto, mas creio que é fundamental desenvolver um plano de consciencialização para a redução destas intervenções. O aborto é um direito da mulher, mas representa sempre um risco mais elevado para a sua saúde do que a utilização de um método contracetivo”, explicou Henrique Mateus Santos, farmacêutico comunitário, em comunicado.


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Na hora de tomar a pílula do dia seguinte, muitas vezes dominadas pelos nervos, as mulheres preocupam-se mais com a eficácia do medicamento do que com a segurança. Nas farmácias, os profissionais de saúde perguntam protocolarmente quantas horas passaram desde a relação sexual desprotegida, se a mulher está a fazer algum tipo de medicação e qual o seu método contracetivo regular antes de receitarem a pílula do dia seguinte. Contudo, são poucas as mulheres que quando já têm a pílula do dia seguinte nas mãos ficam para ouvir informação adicional ou esclarecer possíveis dúvidas.

Apesar de este contracetivo de emergência ser bastante eficaz para contornar uma relação sexual não protegida ou uma falha no método contracetivo utilizado, há que ter em conta que o fármaco não protege contra doenças sexualmente transmissíveis.

“A pílula do dia seguinte é um fármaco com um perfil de segurança elevado, ou seja, com efeitos secundários leves e transitórios, como qualquer outro medicamento. É essencial recordar que, em nenhum caso, substitui o método contracetivo regular nem previne de doenças sexualmente transmissíveis ou supõe uma garantia de proteção para relações sexuais futuras”, sublinha o farmacêutico.

O número de abortos em Portugal é cada vez mais reduzido. Segundo a Direção Geral da Saúde, em 2015 registaram-se 16 454 intervenções. No entanto, 96,5% das interrupções voluntárias da gravidez são feitas por opção da mulher, sinal de que ainda ocorrem muitas gravidezes não desejadas no país.