Mulheres não conseguem “desligar o cérebro” para dormir

Esta sexta-feira, dia 15 de março, celebra-se o Dia Mundial do Sono. Existem dois estudos recentes que a poderão fazer entender o porquê de sentir que as suas horas de sono nunca são suficientes. É que mais de metade dos portugueses admitiu sofrer de dores que afetam o seu ciclo de sono. E há uma diferença relevante de comportamento entre os homens e as mulheres: é 22% mais provável que a mulher acorde durante a noite do que o homem.

Dores de costas e de pescoço parece ser um dos fatores mais preponderantes no que respeita à qualidade de sono dos portugueses. Segundo o estudo elaborado pela Koala Rest – marca portuguesa de colchões online – 19% dos inquiridos dorme menos de seis horas e dois em cada três acordam sempre a meio da noite.

Outro estudo, da Sanofi Consumer Healthcare, afirma que, de acordo com novas pesquisas, a nível mundial, são as mulheres que têm mais problemas em dormir devido aos seus parceiros, ao aumento das responsabilidades familiares e ao stress. Uma das principais razões para as mulheres ficarem acordadas ou terem perturbações de sono são as preocupações com as crianças.

A importância do sono e a forma como se dorme

No total, no estudo da Koala Rest, foram inquiridas 457 portugueses, 85% dos quais considera a qualidade do sono muito importante para a sua concentração e produtividade.

Já a pesquisa da Sanofi Consumer Healthcare inquiriu 12,669 pessoas e aferiu que as mulheres da “sandwich generation” (que têm que cuidar de pais e filhos) são quem tem mais dificuldade em dormir. Cerca de um quarto (23%), com idades entre os 45-54 anos, assumiu passar noites em claro devido à preocupação com a saúde dos progenitores, enquanto duas em cinco (38%), apontou os filhos como a principal causa. Estes valores comparam-se, respetivamente, com 13% e 18% pela população masculina.

Por sua vez, o estudo da Koala Rest mostra que 77% dos inquiridos obedecem às seis a oito horas de sono recomendáveis, sendo que 50% diz que precisa apenas de 15 minutos para adormecer. Porém, é de registar um número considerável (19%) que dorme menos de seis horas por noite.

Ainda assim, a resposta mais consensual neste estudo da marca portuguesa de colchões é de que os portugueses conseguem dormir as seis ou oito horas. Além do mais, a cama não parece ser o único sítio onde os portugueses tendem a adormecer: a dormida no sofá é uma prática comum para 30% dos entrevistados.

Homens dormem que nem uns bebés, as mulheres têm preocupações várias

De acordo com os dados recolhidos pela Sanofi Consumer Healthcare, e explicados pelo professor Damien Leger, especialista mundial em sono, “a luta que muitas mulheres enfrentam para terem um sono de qualidade e com o número de horas correto, é provavelmente resultado da combinação de fatores emocionais e do quotidiano”, referiu o especialista.

“As mulheres que, depois de um longo dia de trabalho, ainda têm múltiplas tarefas domésticas a seu cargo, têm pouco tempo, ou mesmo nenhum, para desligarem o cérebro antes de irem para a cama. Não é surpresa que as mulheres têm mais propensão para andarem às voltas na cama e não terem uma noite descansada, dormindo o número de horas que precisam”, reforça ainda.

Por sua vez, os homens adormecem com maior facilidade, tendo um sono contínuo, com um em cada cinco homens a afirmar que nada os consegue manter acordados durante a noite.

Se tem andado com dores nas costas ou no pescoço, saiba que esse fator pode também estar a afetar o seu ciclo de sono. Entre as principais condições prejudicais ao sono são indicadas as dores nas costas (29%) e dores no pescoço (27%).

Veja na galeria de imagens acima os maiores problemas enfrentados pelas mulheres no que diz respeito à hora de dormir, de acordo com os dados fornecidos pela SanofiConsumerHealthcare.

Helena Rebelo Pinto: “Há doenças de sono que afetam mais as mulheres”

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