Mulheres reais em biquíni invadem metro de Paris

Desde a madrugada de terça-feira, 17 de julho, que os passageiros do metro de Paris, França, viajam numa companhia muito especial: mulheres em biquíni de todas as idades, tamanhos e tipos de pele, protagonistas de uma produção fotográfica que se caracteriza exatamente pelo facto de as imagens não terem sido retocadas.

Esta campanha organizada pelo grupo feminista francês Collectif 52 [evocando os 52% da sociedade francesa que é do sexo feminino] tirou a roupa a seis mulheres, colocou-as em estúdio – entre bóias, bolas, gelados, cocktails, óculos de sol, palmeiras e areia – e fotografou-as em trajes de banho.

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Depois, garantiu que aqueles retratos não passariam pelos filtros de Photoshop ou programas de tratamento de imagens similares. O objetivo foi simples: mostrar as mulheres reais, sem estereótipos, na sua diversidade e na sua beleza natural.

“Os corpos femininos têm que ser perfeitos, jovens, brancos, sexys, desejáveis, tal como grande parte das mensagens veiculadas pela publicidade. Mas estas mulheres atrevem-se a mostrar como realmente são, bonitas na sua própria pele, e pretendem, com esta iniciativa, dar aos passageiros uma visão justa e otimista do corpo feminino”, justifica uma das ativistas do grupo que pôs em marcha a campanha e que andou a colar os cartazes. “O Coletivo 52 e a RATP desejam-lhe um verão sem complexos”. É este o slogan que legenda esta rara sessão fotográfica.

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“Assim que o verão chega, a pressão sobre a imagem física das mulheres atinge o seu pico máximo”, refere uma das ativistas. É por esta razão que a campanha se impôs agora.

Contudo, o coletivo francês quer ir mais longe no que reivindica, pondo a tónica, também, no argumento da diversidade. “Somos [mulheres] 52% da população francesa e somos a força económica do país. Se assim é, então porque é que temos de ser reduzidas à imagem padronizada de uma jovem que se deseja e que não tem outros objetivos a não ser o consumir para melhor seduzir e o de seduzir para melhor consumir? Estes cartazes são a nossa resposta bem-humorada a esta triste conclusão”.

Imagem de estaque: Facebook/Collectif 52

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