Mulheres sírias libertadas retiram o véu. Veja o momento de alegria

Um grupo de mulheres sírias retirou o nicabe, o véu que cobre o rosto deixando apenas a descoberto os olhos, depois de a sua aldeia ter sido resgatada aos jihadistas do ISIS.

Abu Qalqal, uma pequena localidade situada nos arredores de Manbij, província de Aleppo, foi libertada, na passada quinta-feira, pelas Forças Democratas Sírias, formação que reúne as milícias curdas YPG, diferentes grupos árabes e cristãos, e que tem o apoio dos Estados Unidos da América.

Durante a ocupação, o Estado Islâmico impôs regras rígidas aos habitantes da localidade, obrigando as mulheres a cobrirem totalmente o corpo, da cabeça aos pés, com vestuário negro, luvas e o referido nicabe.

Retirar o véu foi, por isso, um dos gestos que escolheram para celebrar o fim da opressão a que estiveram sujeitas enquanto o grupo extremista comandou os destinos da sua aldeia. O outro foi o regresso aos trajes coloridos e com padrões, até então escondidos pelo negro.

Abdu Al-Muotee, de origem curda e uma das mulheres que vivem em Abu Qalqal, não escondeu a sua alegria pela liberdade recém-reconquistada ao ISIS e contou que daqui para a frente o seu vestuário continuará a ter uma cor predominante, mas já não será o negro. “Agora vou usar apenas vermelho”, declarou à Ara News, num vídeo traduzido pelo Foreign Desk News no qual recordou também o momento em que o Estado Islâmico ocupou a aldeia. “Eles forçaram-nos a cobrir o rosto com o véu islâmico e ameaçaram matar-nos”.

Em janeiro deste ano, uma jovem de 21 anos foi torturada, por uma militante do ISIS, até à morte por violar o código de vestuário imposto pelos extremistas.

Apesar do uso do véu islâmico não ser generalizado na Síria, em 2010, as autoridades decidiram bani-lo oficialmente das universidades do país. A decisão terá sido tomada com base no receio de que o nicabe ganhasse o mesmo terreno que tinha vindo a conquistar noutros países árabes seculares, como a Jordânia e o Líbano, uma tendência amplamente apoiada pelos radicais islâmicos, e em particular pelo ISIS.