Diogo Miranda apresentou, hoje, 26 de setembro, na Semana da Moda de Paris, uma coleção em que pretende criar a “super-diva” inspirada nos ícones de moda eternizados pelo fotógrafo Irving Penn. Mas as divas não estiveram apenas presentes na passerelle, também na plateia Diogo Miranda contou com uma verdadeira diva da moda, Caroline de Maigret, musa da Chanel e um dos grandes ícones de estilo dos nossos dias.
Três anos após a sua estreia na Paris Fashion Week, em 2015, o designer de moda português contou com a presença de Maigret, que foi felicitar o designer e publicou uma storie do desfile na sua conta de Instagram, algo que para o designer reflete a importância de estar presente na Semana da Moda de Paris.
“Para mim é a Semana da Moda mais importante. É um gosto e um prazer e é muito importante estar a apresentar em Paris com o apoio do Portugal Fashion porque toda a gente está cá. Tivemos a Caroline de Maigret na primeira fila a ver o desfile. Ela é a embaixadora da Chanel basicamente. É ‘super importante’ este ‘networking‘ que fazemos e que às vezes não acontece quando estás em Portugal”, indicou.
Foi ao folhear um dos muitos livros de fotografia de moda da sua coleção que o designer português teve a ideia de fazer “uma coleção inspirada no trabalho de Irving Penn“, um dos fotógrafos de moda mais influentes do século XX.
“Acaba por ser um bocado as ideias que eu via nas fotos do Irving Penn: as sombras, os drapeados, os volumes, os laços, os folhos. Os três vestidos que terminaram o desfile são muito trabalhados ao nível dos plissados. Mesmo as vendas que as manequins levavam nos olhos foram pensadas para imprimir aquela ideia de super-diva”, afirmou Diogo Miranda à Lusa.
Para criar a “super-diva”, Diogo Miranda recorreu a tecidos estruturados para construir volumes, principalmente as sedas – tafetá de seda e brocados – mas também recorreu a crepes e linhos.
O criador escolheu uma palete cromática bastante clara, com muito pouco preto e com cores ‘nude‘, como o rosa, o amarelo, o azul céu, em contraste com o roxo, o preto e o ‘bordeaux’.
Na passerelle da Universidade de Paris Descartes, viram-se muitos vestidos com ‘mangas-morcego’ e punhos afinados, silhuetas longas, comprimentos ‘midi’ e pernas expostas, fluidez, volume e drapeados, cortes assimétricos e linhas elegantes a evocarem os anos 50 e 60.
“Trabalhei o ADN da marca, volumes, dramatismo, sem esquecer as formas femininas do corpo. Portanto, não esquecer o corpo da mulher, mas, de certa forma, também lhe dar algum ‘touch‘ diferente”, descreveu, sublinhando que pretendeu criar “um sentimento de desejo” nas mulheres para vestirem as suas criações.
Diogo Miranda apresentou a sua coleção fora do calendário oficial, horas antes de Luís Buchinho revelar, também na Universidade de Paris Descartes, as suas propostas para a próxima estação quente, e cerca de uma hora depois da estreia da dupla Marques’Almeida no calendário oficial da Paris Fashion Week, no Palais de Tokyo.
A participação portuguesa na Semana da Moda de Paris contou, ainda, com o desfile de Fátima Lopes, esta terça-feira.
Delas.pt com Lusa
Bordados de Guimarães em destaque no desfile de Marques’Almeida