A masturbação, a relação sexual, o prazer que se retira e e a atitude para consigo própria e com os outros são componentes de um novo estudo que quer entrar nos lençóis dos portugueses para obter respostas e novos caminhos na sexualidade.
Destinado a maiores de 18 anos e que já tenham tido atividade sexual, este inquérito feito em parceria com o MUSEX- Museu Pedagógico do Sexo, a Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica, a Associação Cultural Gerador e a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, quer traçar um perfil à forma como os portugueses vivem a sua sexualidade, independentemente da identidade de género e orientação sexual.
“Este estudo vai para além do prazer feminino”, revela a sexóloga Marta Crawford ao Delas.pt, embora existam referências à amamentação, gravidez, menopausa e saúde em geral.
A responsável pelo Musex – espaço que vai estar de portas abertas até 8 de março, no Palácio Anjos, em Algés, no distrito de Lisboa – fala num “estudo amplo e muito inclusivo”, que foi “sujeito a uma série de testes a várias pessoas para que todas se sentissem representadas: trans, não binárias, cisgénero”.
“Queremos analisar várias perspetivas, e creio que esta análise nos vai dar dados muito interessantes não só sobre a personalidade, mas também sobre as relações, sobre questões sexuais, de saúde mental e das relações”, afirma a sexóloga que está no apoio a este estudo desenvolvido pela investigadora Patrícia Pascoal. E prossegue: “A investigação tem uma parte quantitativa e outra qualitativa que vai permitir a reflexão.”
Marta Crawford e a equipa que lidera o estudo gostariam de poder ter disponíveis os primeiros resultados preliminares desta ‘ecografia’ em março deste ano, sendo depois posteriormente mais trabalhados.
Masturbação, saúde mental e religião
Estes são alguns dos temas que o estudo toca como forma de perceber como é que cada eixo molda o prazer sexual. “Queremos saber em que medida os estados de espírito e as questões de saúde mental como a depressão ou ansiedade interferem na sexualidade e nas relações”, afirma Marta Crawford.
Mas a análise quer ir mais além: “Sabemos de forma empírica que as questões da religião e da prática e dos valores tem muita vez influencia na forma como é vivida a sexualidade. Queremos ir mais além e perceber qual é o grau. Queremos ter essa noção e correlações com o prazer”, acrescenta a sexóloga.