Na final do Mundial de Futebol Feminino o estádio gritou por “pagamentos iguais”

A seleção dos Estados Unidos conquistou este domingo, dia 7 de julho, o seu quarto título de campeã mundial de futebol feminino, ao vencer na final a Holanda, campeã europeia em título, por 2-0, na final disputada em Lyon. Durante as comemorações, Gianni Infantino, presidente da FIFA, ouviu uma plateia de mais de 57 mil espectadores gritar por ‘equal pay [“pagamentos iguais”, em português].

Assim que Gianni Infantino foi chamado para presidir à cerimónia de entrega dos prémios, os quase 60 mil espectadores juntaram-se e apelaram, em coro, à igualdade salarial entre jogadores masculinos e femininos – tema que foi debatido desde que o Mundial Feminino começou.

Veja abaixo um dos vídeos que mostra o momento:

https://twitter.com/minapark/status/1147915973531492353

Rapinoe, a capitã e atacante da equipa feminina dos Estados Unidos da América é uma das principais vozes a destacar-se sobre a temática das desigualdades de sexo. Segundo cita a Globo, a jogadora terá afirmado que “um bocado de vergonha pública” não faz mal a ninguém, referindo-se ao facto de o presidente da FIFA ter sido vaiado, destacando ainda a ideia de que já toda a gente “está à espera do próximo passo”, referindo-se a possíveis medidas que combatam essa desigualdade.

As medidas anunciadas pela FIFA sobre a igualdade

Na antevéspera da final, a FIFA apresentou medidas de combate à desigualdade de pagamentos entre os géneros, já para o próximo Mundial de Futebol Feminino, que deverá acontecer em 2023. Gianni Infantino afirmou, em conferência de impresa, que esta competição é um marco histórico e propôs algumas mudanças, como por exemplo, dobrar o investimento e o valor dos prémios.

Veja abaixo as propostas apresentadas pela FIFA:

  1. Criação de um Mundial de Clubes Feminino o mais rápido possível;
  2. Criação de um Liga Mundial Feminina (como a Liga das Nações na Europa);
  3. Aumento do número de seleções na próxima competição – de 24 para 32 seleções;
  4. Dobrar os prémios no próximo Mundial;
  5. Dobrar o investimento no desenvolvimento do desporto para mil milhões de euros.

É importante ressalvar que mesmo que venha a duplicar-se o valor dos prémios para as equipas femininas, a diferença entre homens e mulheres continuará a ser acentuada. Falamos de uma diferença de 60 milhões de dólares para as mulheres versus 400 milhões para os homens.

Com o triunfo alcançado, os Estados Unidos reforçam o estatuto de país com mais títulos mundiais no futebol feminino, ostentando quatro conquistados em 2019, 2015, 1999 e 1991, à frente da Alemanha, campeã em 2003 e 2007. Recorde-se ainda que as mulheres da equipa feminina dos Estados Unidos da América afirmaram que se ganhassem o Mundial – o que aconteceu – não iriam à Casa Branca festejar.

Percorra a galeria de imagens e veja algumas fotografias da vitória dos Estados Unidos da América neste Mundial.

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