Na fina e branca linha que divide a arte da decoração

Onde acaba uma e começa a outra deve ser com certeza o ponto de equilíbrio que qualquer decorador de interiores persegue. E sabendo disso, os designers apresentam, em todas as estações, objetos e mobiliário que apesar de serem para sentar ou para guardar pratos não deixam se ser, antes de tudo, obras de arte.

Por isto, a maior parte destas peças não se insere em tendências nem em modas; vivem bem com tudo, como um quadro ou uma sinfonia na estereofonia. E este deve ser o derradeiro teste para entrar, ou não, na categoria de arte utilitária.: se vive bem com tudo, é porque lhe é superior e transcendente.

Podem custar mais dinheiro, mas são um investimento, como a arte. E têm sobre esta a mais valia de nos podermos sentar nelas, nelas comer uma francesinha ou mandar-lhes para cima a chave quando chegamos a casa.

Como a arte, não serão uniformemente apreciadas por toda a gente; há muitas pessoas que não gostam de Koons ou de Zappa. Dependendo de cada um, e de cada peça, podem fazer gargalhar ou despertar paixões. Mas uma coisa é certa, como a arte, vão com certeza provocar reações, e nem sempre as que se esperaríamos.

Se a arte é, em última instância, aquilo que ainda nos pode surpreender, esta nossa seleção é definitivamente artística.