A questão tem atormentado as redes sociais. O que está a Austrália a fazer na Eurovisão? E Israel? Porque estão países não europeus no certame? A resposta é simples: porque podem.
Contrariamente ao que muitos espectadores pensam, o Festival não é um evento ligado à União Europeia (UE). A Eurovisão é, sim, um espetáculo organizado pela União Europeia de Radiofusão (UER), uma aliança de serviços audiovisuais, fundada há 67 anos e atualmente com 73 membros em 56 países, que nada tem a ver com a UE.
Além desses 73 membros, entre os quais está Israel, existem ainda 36 Estados associados, nos quais se incluem Austrália, África do Sul, Bangladesh, Brasil, Canadá, Cazaquistão, Chile, China, Coreia do Sul, Cuba, EUA, Hong Kong, Índia, Irão, Japão, Malásia, Mauritânia, Nova Zelândia, Oman e Síria.
O que significa isto? Que todos podem candidatar-se a participar na Eurovisão. As regras que abriram as portas aos associados – os membros efetivos sempre estiveram habilitados a fazê-lo – foram alteradas no ano passado, quando a EBU decidiu que também poderiam submeter-se ao concurso musical. “Os membros associados da UER podem também ser elegíveis para participar no Festival Eurovisão da Canção, sendo decidido pelo Grupo de Referência, o corpo governativo do Festival Eurovisão da Canção, numa base de caso a caso”, anunciaram.
O caso da Austrália, que conseguiu uma resposta afirmativa, tem na sua génese a mesma justificação que levou a organização da Eurovisão a convidá-la a integrar, pela primeira vez, em 2015, o leque de concorrentes: o país dos cangurus é fã, emitindo as galas há 30 anos. E nem a diferença horária – a transmissão começa pelas 05h00 locais – lhes retira espectadores. Uma pequena diferença: essa diferença horária impede-a, caso vença, de receber o certame do ano seguinte.
Esta noite realiza-se a final do concurso em Kiev, na Ucrânia, com Salvador Sobral e ‘Amar pelos Dois’ à frente nas casas de apostas ao primeiro lugar.