Não deite fora o computador velho! Esponja ecológica retira ouro do que já não lhe serve

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[Fotografia: Pexels/Polina Zimmerman]

Peças de lixo eletrónico contêm vários metais preciosos e um deles é… o ouro. Uma equipa de investigadores da Suíça, do centro de estudos da universidade ETH de Zurique, descobriu uma forma de extrair ouro de um computador antigo e que já não serve os propósitos para que foi designado e usado.

De acordo com a informação avançada pela instituição, a possibilidade de extração desse minério pode ser recolhido através de uma esponja ecológica, feita de proteínas de soro de leite desnaturadas, e aplicada, segundo estudos, a 20 motherboards de computadores antigos.

Nas análises levadas a cabo pela equipa liderada pelo professor Rafael Mezzenga, da EHT Zurich, o grupo de investigação conseguiu retirar uma pepita de ouro de 22 quilates, com peso de 450 miligramas (0,45 gramas). Tal significa, segundo a calculadora da DECO Proteste, para aquele tipo de ouro e para Portugal, um valor de 32,37 euros. Mas esta não é a única vantagem: com esta esponja, a equipa suíça reclama ter consumido 50% menos de energia em todo o processo com a esponja do que comparado com os métodos tradicionais em vigor.

[Fotografia: DR/https://ethz.ch]

Para fabricar a esponja [pode consultar mais sobre o processo de investigação aqui], o cientista Mohammad Peydayyesh desnaturou proteínas do soro de leite que, sob condições ácidas e altas temperaturas, se agregaram em nanofibras de proteína em gel.

Posteriormente, a equipa dissolveu as partes recolhidas, mergulhou-as num banho ácido para ionizar os metais. Uma vez colocada sob íons metálicos, os de ouro foram agregados por via das fibras de proteína.

Por fim, foi tempo de combustão e todo esse material acabou convertido numa pepita de ouro de 22 quilates e sem componentes tóxicos.

O objetivo agora passa por tornar a tecnologia acessível ao mercado para que possa ser extraído este minério, que continua a valorizar.