Natal é sinónimo de reunião e celebração, mas sem sempre a época acaba em festa. Para a maioria é sinal de alegria, mas para muitos é sinal de ansiedade, para outros de toxicidade e ainda outros de discussão. “Sim, é comum que algumas tensões e até discussões surjam nesta altura”, explica Catarina Lucas. A psicóloga clínica e terapeuta de casal diz até ser “frequente nas consultas de casal ou até mesmo individuais, que estes temas comecem a surgir com o aproximar do Natal”.
A especialista detalha que “as questões frequentes dizem respeito ao lugar onde vão passar o Natal e às pessoas com quem vão estar, sendo que, algumas dificuldades relacionais emergem nesta altura em que as pessoas e os casais são confrontados com isto. Além disto, partilhar vários dias com a família pode gerar atritos e dificuldades de convivência”.
Para tal, Catarina Lucas deixa um guia familiar para preparar e superar com distinção um eventual embate. Mas antes de começar a ler as recomendações e a preparar as malas para rumar para o Natal, a especialista recomenda que os casais “alinhem expetativas previamente”. “Devem definir limites claros e dividir o tempo entre as famílias de forma equilibrada, planear atividades com antecedência, manter um canal de diálogo aberto e evitar assuntos sensíveis ajudam a minimizar conflitos”. A terapeuta de casal lembra que é importante abrir espaço para “valorizar a parceria e criar momentos próprios para aproveitar a data juntos”.
Mesmo sabendo que o Natal “é um momento de alegria e conexão, onde tradições e memórias reforçam os laços”, a época pode “trazer desafios como lidar com pressões sociais, expectativas familiares ou dividir o tempo entre diferentes familiares”. E se, “para muitos, é uma oportunidade de celebrar e fortalecer a relação”, Catarina Lucas deixa um aviso aos casais: “problemas permanentes devem ser tratados com tempo ao longo do ano para que não surjam como momentos de tensão nesta altura do Natal.”
Veja agora o guia preparatório deixado por Catarina Lucas à Delas.pt:
A duas semanas:
Para a família de origem: Confirmar a presença e alinhar expectativas (horários, pratos, presentes).
Para o cônjuge: Discutir possíveis desafios, alinhar limites e combinar como se apoiar.
Uma semana antes:
Para a família: Reforçar combinações feitas e partilhar detalhes logísticos.
Para o cônjuge: Relembrar estratégias para lidar com situações difíceis, garantindo que ambos estão confortáveis.
Na véspera:
Para a família: Enviar uma mensagem positiva, mostrando entusiasmo pelo encontro.
Para o cônjuge: Reafirmar o apoio mútuo e planear momentos de pausa, se necessário.
No dia:
Para a família: Ser cordial, evitar discussões delicadas e focar nos bons momentos.
Para o cônjuge: Oferecer suporte em tempo real, respeitar limites e fazer ajustes se algo sair do controlo.