Natalie Portman denuncia disparidade salarial

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Natalie Portman à chegada aos Globos de Ouro, a 8 de janeiro [Fotografia: Mike Blake/Reuters]

A disparidade salarial na indústria de Hollywood volta a ser denunciada, desta vez por Natalie Portman. Em entrevista à edição britânica da revista Marie Claire, a atriz revelou que para ser protagonista do filme Sexo Sem Compromisso (No Strings Attatched), a par de Ashton Kutcher, aceitou receber três vezes menos que ele.

“Eu sabia e aceitei porque existe esta coisa de ‘quotas’ em Hollywood (…) Ele tinha uma cotação três vezes mais alta do que a minha, por isso me disseram que receberia três vezes mais do que eu”, declarou Portman.

Recorde-se que a atriz foi galardoada com o Óscar de Melhor Atriz no filme Cisne Negro. Curiosamente, um reconhecimento que recebeu no mesmo ano em que filmava o filme de que agora fala. “Eu não estava zangada como deveria ter ficado”, declarou.

“O que quero dizer é que somos bem pagos, por isso é difícil queixarmo-nos. Mas esta disparidade é de loucos”, afirma.

Este tem sido um tema trazido frequentemente a lume e por atrizes como Jennifer Lawrence, Patricia Arquette e Meryl Streep. A primeira falou exatamente desta problemática em outubro do ano passado. “Porque é que eu ganho menos do que do os meus colegas homens?”, perguntou a protagonista de Jogos da Fome, reiterando que, mais do que zangada com a Sony Pictures, estava revoltada com ela própria por ter “falhado como negociadora e ter desistido rapidamente”.

Também no ano passado, em fevereiro, Patrícia Arquette usou o discurso de vitória do Óscar para melhor Atriz Secundária (com Boyhood) para abordar esta causa:

“É a nossa vez de ter igualdade salariais de uma vez por todas e de ter igualdade de direitos para as mulheres nos Estados Unidos da América”.

Quando, em agosto do ano passado, a Forbes publicava a lista das mulheres mais bem pagas de Hollywood, elegendo precisamente Jennifer Lawrence como a campeã de rendimentos, a revista norte-americana lembrava que “apesar de estas atrizes ganharem mais do que aquilo com que a maioria das pessoas pode sonhar, os seus lucros no cinema são apenas uma fração dos lucros dos seus homólogos masculinos”. Apresentava até números que o comprovavam. “Um estudo recente mostra que as personagens femininas ocupam apenas 28,7% dos papéis existentes em filmes. Quando as mulheres estão no ecrã, é provável que seja para agradar os homens.”


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