Notonecta, o melhor presente do dia da mãe

Carla Macedo
Carla Macedo

Notonecta. O meu filho mais velho está a fazer a coleção das cartas de animais que todas as crianças estão por estes dias a completar e quase todos os dias traz uma palavra nova, correspondente a um bicho novo. A notonecta foi a de ontem e corresponde a um bicho feio, um insecto que o meu filho descreve como “meio barata meio grilo, que faz um barulho que se ouve à distância”. Ontem à noite, enquanto dávamos um passeio no campo começámos a ouvir cigarras e fomos à procura de notonectas (vá, não são a mesma coisa, são primas). Foi a primeira vez que tentei ver uma cigarra.

No filme de animação ‘The Rise of the Guardians’, há uma cena que me emociona sempre: o Pai Natal quer saber qual é o centro do Jack Gelado e, como o rapaz não percebe a pergunta, o Pai Natal desmancha uma matriosca que o representa. No centro, no boneco mais pequeno, há um bebé com os olhos muito grandes e muito abertos para ver a magia do mundo. É essa a essência daquele Pai Natal.

Acho que foi este o maior presente que a maternidade me deu: ver o mundo pelos olhos grandes dos mais pequenos, ver a magia que um buraco de cigarra pode ter, que uma palavra nova encerra ou que o céu cheio de estrelas aumenta tanto. Saiba eu manter em mim e nos meus filhos os olhos abertos e felizes para a magia que há no mundo. Saibamos todos nós permitir que esse presente tão grande que as crianças recebem todas à nascença se mantenha e aumente tanto quanto grande é o céu estrelado.