Novo disco de AVEC é como a vida: “um passeio pelo céu e pelo inferno”

AVEC_Cover LOVE (c)Kidizin_Sane

Apesar de nunca ter pensado ser cantora, a austríaca AVEC de 23 anos lançou no passado mês de setembro o seu segundo disco: Heaven / Hell (Céu / Inverno). Um trabalho composto por dez temas, com mais dois de bónus, todos eles compostos pela artista e produzidos e misturados por Tommy McLaughlin, no Attica Audio Studios, na Irlanda.

AVEC já esteve em Portugal por duas vezes – no EDP Vilar de Mouros de 2017 e no Westway LAB Festival, em Guimarães, no início deste ano – e confessa ter boas referências do país. Em entrevista ao Delas.pt revelou gostar do ambiente, das pessoas simpáticas e descontraídas, e ainda contou ter ficado fã de Vinho do Porto. Com a própria vida como fonte de inspiração, a cantora não podia deixar de lado as emoções e a montanha-russa em que vive(mos) dia após dia.

AVEC,, cantora austríaca. Lançou recentemente o álbum ‘Heaven / Hell’ [Fotografia: DR]

Que tipo de música traz este novo disco, Heaven / Hell?

Heaven / Hell é uma mistura de melancolia do cantor / compositor com influências folclóricas e experimentais. É sobre a dicotomia, sobre o equilíbrio entre a facilidade e a gravidade, entre o bem e o mal, entre o céu e o inferno.

É um disco que nos levará ao céu e ao inferno?

Quando falo sobre céu / inferno falo sobre essa condição, esse estágio entre as duas palavras. Eu estou constantemente a tentar equilibrar a minha mente e a minha vida entre esses dois lados. De um lado, o ‘céu’ e, do outro, o ‘inferno’. Especialmente como artista, escritora ou qualquer pessoa criativa, estou sob muita pressão e continuo adicionando muito mais pressão sobre mim – é como um passeio de montanha-russa pelo céu e pelo inferno.

É a AVEC que escreve as letras e compõe as músicas que apresenta. Quando é que começou a fazê-lo?

Comecei a escrever quando tinha 12 anos. Sempre amei essa forma de expressão. Comecei com pequenos poemas, depois seguiram-se histórias até que acabei por escrever a minha primeira música.

“[A música] é a minha maneira de me expressar, já sei que sou muito má a falar sobre as minhas ideias”

Qual a fonte de inspiração das suas músicas?

As minhas músicas são todas autobiográficas, por isso escreve sobre as minhas próprias experiências, as minhas histórias e emoções. É a minha maneira de me expressar, já sei que sou muito má a falar sobre as minhas ideias.

Lembra-se da primeira vez que subiu a um palco? Como foi?

Não, não me lembro. Mas tenho a certeza que estava ansiosa demais.

O que é que a AVEC mais gosta quando está em palco?

Adoro a conexão especial que se tem com o público, esse vínculo emocional, o feedback imediato, a honestidade e a verdade. Também adoro estar em palco com a minha banda.

E o que é que a deixa mais nervosa?

Estou sempre nervosa antes de subir ao palco.

“Quando tinha 14 anos peguem na viola do meu pai e aprendi a tocar sozinha”

Tem algum ritual antes de subir ao palco? Algo que faça para diminuir esse nervosismo e aumentar a segurança?

Nós fazemos sempre o nosso ‘círculo de amor’. Eu e a minha banda colocamo-nos em círculo, com as nossas mãos no meio, agarramos e depois giramos.

Sabe tocar algum instrumento?

Aprendi a tocar violino quando tinha seis anos. Toquei esse instrumento cerca de cinco anos, mas passado algum tempo perdi o interesse. Quando tinha 14 anos peguem na viola do meu pai e aprendi a tocar sozinha. Cerca de dois anos depois juntei o piano.

Tem alguma referência musical feminina? Quem?

Várias… Sharon Van Etten, Daughter, SOAK, HAIM, The Staves, Lana Del Rey, Liza Anne, Rosie Carney, Julien Baker, Phoebe Bridgers, Etta James…

Sempre quis ser cantora?

Não, eu quero ser médica, mas falhei no teste de acesso à universidade.

“Gostei de toda a atmosfera e ambiente de Portugal. […] E adoro Vinho do Porto!”

A AVEC já cantou em Portugal. Como descreve essa experiência?

Foi um prazer e uma receção calorosa!

E o que mais gostou do que conheceu em Portugal?

Gostei de toda a atmosfera e ambiente de Portugal. As pessoas são muito simpáticas e descontraídas, têm realmente pessoas com bom coração. E adoro Vinho do Porto!

[Imagem de destaque: DR]

Sea: “A música é tudo, é a minha maneira de contar histórias”