
O número de mulheres à frente de órgãos de comunicação aumentou em Portugal com a nomeação de jornalistas femininas para liderar títulos de imprensa da Global Media Group. Inês Cardoso tornou-se, esta segunda-feira, 9 de novembro, diretora adjunta do Jornal de Notícias, título do qual era já diretora-adjunta desde 2014. Um percurso iniciado neste mesmo título, em 1998.
O centenário Diário de Notícias também vai passar a ter uma liderança feminina com Rosália Amorim a assumir funções, transitando do económico Dinheiro Vivo – onde estava desde 2016 -, e que passa a estar nas mãos de Joana Petiz, até agora subdiretora do título.
Três mulheres que assumem pastas a par da nomeação de três homens para dirigir títulos da Global Media Group: Domingos Andrade, que deixa a direção do JN para assumir a direção-geral editorial e diretor da TSF, Pedro Ivo Carvalho, que passa a dirigir a Volta ao Mundo em acumulação com o cargo de diretor-adjunto do JN, e Manuel Molinos, diretor-adjunto do JN que passa a assumir o Digital.
A liderança nos media portugueses torna-se, assim, mais feminina, e as novas diretoras juntam-se a um número crescente de mulheres que dirige títulos e direções de Informação em Portugal. Num estudo recente realizado pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e realizado em 2017 com o objetivo de estudar a presença feminina nos media, ficou claro que, sendo 48,2% do total de jornalistas em exercício, elas só ocupavam 37% dos cargos de liderança.
Um racio que parece começar a inverte-se com estas nomeações e que se juntam a nomes como Graça Franco, diretora de Informação da Rádio Renascença, Mafalda Anjos, responsável máxima da revista Visão desde setembro de 2016, Luísa Meireles, diretora de Informação da Agência Lusa.
Recorde-se que, ainda de acordo com o inquérito à classe profissional, as mulheres jornalistas reportaram níveis de educação superiores, com 54% a referir que tinha licenciatura, face a 34% dos homens. Elas afirmaram trabalhar mais horas – com 43% a exercer entre 41 e 50 horas semanais -, mas ganhavam cerca de menos 80 euros líquidos por mês e auferiam menos de metade dos salários acima dos dois mil euros.