O aeroporto de Lisboa tem um novo nome

Passengers arrive at the airport during a strike in Lisbon
Passengers arrive at the airport during a 24-hour general strike in Lisbon November 14, 2012. Millions of workers joined strikes across southern Europe on Wednesday to protest against spending cuts and tax hikes that trade unions say have brought misery and deepened the region's economic crisis, with Spanish and Portuguese workers holding their first coordinated general strike. REUTERS/Rafael Marchante (PORTUGAL - Tags: BUSINESS POLITICS EMPLOYMENT TRANSPORT) - RTR3ADNG

Hoje, 110 anos depois de Humberto Delgado ter nascido, o seu nome é dado ao aeroporto de Lisboa. Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa estiveram juntos nesta homenagem a um dos maiores opositores do regime de Salazar, lembrando a importância que o general teve na história de Portugal.

“A atribuição do nome de Humberto Delgado a este aeroporto internacional representa a renovada homenagem a um pioneiro da aviação comercial e a herói da liberdade. ” lembrou António Costa durante a cerimónia.

Humberto Delgado foi um dos fundadores da TAP na altura em que fazia parte da direção geral da Aviação Civil durante o Estado Novo. Mas este não foi o único cargo que desempenhou para Salazar, foi também um dos primeiros dirigentes da Legião Portuguesa e comissário-adjunto da Mocidade Portuguesa. Mas apesar disso, Delgado terá sido dos mais críticos em relação a António de Oliveira Salazar, tendo chegado a escrever-lhe várias cartas. Ficou conhecido como “General sem Medo” por, em 1958, ter dito que se fosse eleito Presidente da República demitia Salazar.

Hoje Marcelo Rebelo de Sousa relembrou a consciência política do homem que dá agora nome ao aeroporto lisboeta:

“O mais importante, e mesmo o mais fascinante, em Humberto Delgado é o modo como ele atravessou dois regimes ambos como precursor e se impôs a todos quadrantes da vida nacional. Apesar de todos eles, nalgum momento, o terem apostrofado ou ostracizado.”

Humberto Delgado planeava uma intervenção armada contra o regime quando morreu, em 1964, numa emboscada organizada pela PIDE que atraiu o “general sem medo” a Badajoz onde acabaria por ser morto a tiro.

Imagem de destaque: Reuters