Histórias de sucesso e mulheres na liderança podem mudar futebol feminino

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[Fotografia: DR]

O Mundial de Futebol Feminino que decorreu em França, no início do verão deste ano, veio provar que as mulheres há muito que conquistaram um lugar dentro das quatro linhas. Elas estão lá, sim, mas há ainda muito por caminhar em matéria de igualdade de género nesta modalidade. É de direitos, de conquistas e de futuro que se faz a conversa em torno do tema, na cimeira dedicada à indústria do futebol, a Soccerex, e que está a decorrer no Tagus Park, em Oeiras, esta quinta e sexta-feira, 5 e 6 de setembro.

A antiga defesa e atual diretora-Geral da Federação Francesa de futebol, Laura Georges, participou neste campeonato e revelou que as melhores expectativas foram suplantadas, provando que ” futebol tem de contar com as mulheres porque elas sabem do jogo”. A responsável fala em “capacitação”, mas também em “apoios a equipas que apostem no futebol feminino – seja na formação, nos equipamentos-“, tudo num balanço que deve aproveitar o sucesso do Mundial feminino.

A diretora de marketing britânica da Associação de Futebol, Marzena Bogdanowicz, fala em “alterar a percepção” que existe da modalidade e convocar cada vez mais público. Crê que, para já, este mundial “acordou o país e o mundo” e diz que “é preciso olhar para o que foi feito”. E há dois anos para tal uma vez que a Inglaterra se prepara para receber o próximo europeu feminino, em 2021. A responsável de Marketing crê que a prova feminina irá mudar de vez a partir desta data e revolucionar a ideia que existe da modalidade, no país.

Mundial Feminino trouxe novas audiências

Um “êxito ” que, segundo Rebecca Smith, diretora executiva da Women’s Game para uma das maiores marcas de futebol juvenil Copa90 e antiga responsável da FIFA para as competições, eventos e planeamento estratégico para o Futebol Feminino, já “trouxe novas audiências”. Tudo porque, entre outros fatores, França soube “construir e contar histórias, gerar ícones”.

Narrativas que todas aquelas responsáveis, perante uma plateia cheia, consideram que devem ser contadas num mesmo tom: o do que já se alcançou. “É importante falar do que foi conquistado e não tanto das dificuldades para ali chegar”, pede Smith.

Uma conversa sobre uma modalidade em expansão que tem lugar pouco tempo depois de uma equipa de arbitragem feminina liderada por Stephanie Frappart ter entrado em campo para a Supertaça Europeia, entre as equipas do Liverpool e Chelsea.

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