O Khmer Vermelho aos olhos de uma criança

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Poder-se-ia dizer que é o olhar de Angelina Jolie sobre os horrores vividos durante o regime Khmer Vermelho que fez dois milhões de mortos no Camboda, entre 1975 e 1979. Mas a própria atriz, que em ‘First They Killed My Father’ (‘Primeiro Eles Mataram o Meu Pai’) assume o papel de realizadora, a responder que este filme para a Netflix é um olhar sobre o genocídio, sim, mas o olhar de uma criança.

Jolie partilhou um vídeo que mostra as primeiras imagens da longa-metragem adaptada do livro homónimo de Loung Ung. “Sinto que ninguém está aqui a pensar em si, mas que todos estamos aqui para ajudar este país a falar”, diz Angeline Jolie, de 41 anos, na filmagem. O produtor Rithy Panh acrescenta: “Esta é uma forma de usar a criação [artística] para a recuperação. Contar uma história também é fazer o luto, também é seguir em frente”.

‘First They Killed My Father’ conta com a colaboração de sobreviventes ao regime e dos seus descendentes, que se juntaram para esta recriação. “É a história através dos olhos de uma criança, mas também a de um país”, explica a realizadora.

Loung Ung, que ajudou na escrita do argumento, refere que o que Angelina Jolie “está a fazer pelo país é [dar-lhe] um presente extraordinário”. “É a primeira vez que se faz algo com esta dimensão sobre esta guerra. Montamos o cenário e explicamos o que estamos a fazer. Encontrámos pessoas que passaram por isto. Demos-lhes balizas, mas deixámo-las fazer [o filme, como atores]”.

“Isto vai além de um filme. Quer ser uma ponte entre aquilo que fomos e as nossas próximas gerações”, conclui o produtor.

Ainda não há data de lançamento para ‘First They Killed My Father’.