O Mini é um carro grande

Confesso a minha incompreensão para os carros pequenos se estarem a tornar cada vez maiores. Porque é que um Twingo há de ocupar o mesmo espaço que um Clio, porque é que um Fiat 500 há de ter uma versão gigante? A ideia não era podermos, enquanto condutores, termos automóveis pequenos que coubessem em todos os lugares? Sobretudo naqueles onde os carros familiares não conseguem entrar? A sério, ter como segundo carro um igualmente volumoso ao que levamos para férias com a família, o cão e o equipamento de mergulho atrás não parece nada vantajoso.

Posto isto, ou pondo às claras o meu preconceito, fui testar o Mini Cooper D Clubman que anda aí nos outdoors de publicidade e nas bocas de meio mundo. E mal o vi foi… amor à primeira vista. O carro é bonito, tem pinta e na garagem da marca veem-se imediatamente os detalhes que anunciam uma construção muito atenta: dos retrovisores retráteis que emitem um sinal luminoso para o chão, marcando ali o lugar do Mini, às fiadas de luz que iluminam os pontos-chave do interior sempre que a iluminação exterior é reduzida.

O tablier é sólido, todo artilhado de botões mas, nada de confusões, com fácil leitura. A ignição é acionada por um botão, o travão de mão por uma patilha bastando a força de um dedo para o ativar e desativar. Os estofos em couro, o painel de navegação, a câmara que ajuda a estacionar em marcha atrás demonstram estarmos dentro de um automóvel de um grande construtor.

O problema começa quando começa a condução. É que o prazer de condução toma conta de nós rapidamente. A aceleração dos 0 aos 80 km por hora consegue-se logo ali à saída do parque de estacionamento, dando para apostar que este Mini Cooper D Clubman 1.5 vai dos zero aos cem em 8 segundos (a marca diz que vai lá em 8,6 segundos). Dei por mim a pensar que não costumo conduzir assim…

Na estrada o carro comporta-se de forma muito ágil, respondendo imediatamente aos comandos. A carroçaria baixa dá-lhe estabilidade, muito útil quer para as ultrapassagens em autoestrada quer para percursos de montanha que também fiz. Creio que encarnou em mim o espírito de Michelle Mouton, porque eu sentia-me a competir no Rali de Portugal, sem medos da velocidade nem das curvas, tal era a estabilidade que o carro conferia. Serei em breve a segunda mulher a correr nos rallies internacionais?

Como se não bastasse esta diversão na condução, o habitáculo além de bonito é espaçoso. E espaço também não falta quando falamos de bagageira, cabendo as malas de fim-de-semana de uma família de 4 e sobrando espaço. Aqui, de facto, o único ponto negativo do Mini Cooper D Clubman: a porta da bagageira em vez de ser basculante abre de par em par, como se fosse um roupeiro e, lá está, quando o carro só tem espaços pequenos para ser estacionado as bagagens ficam lá dentro.

De regresso a casa, sob a chuva intensa e o granizo do fim-de-semana dou por mim a pensar que talvez não fosse mau negócio substituir o carro de família por um Mini Cooper D Clubman (a versão de base custa €30.900), já que este cumpre quase todas funções que necessito e encontrar um carro do século passado, pequeno e ligeirinho para ter como segundo carro da família. Não é só uma opção de estilo é também de condução e conforto.