O que estas mulheres têm a dizer sobre as mulheres

Adelaide Sousa, Ana Garcia Martins, Ana Galvão, Cláudia Borges e Olívia Ortiz marcaram presença no Palacete Chafariz Del Rei, em Lisboa, para uma conversa íntima em torno dos segredos femininos passados de geração em geração, dos cuidados a ter com o corpo e do papel da mulher no mundo.

Uma das opiniões unânimes do encontro prendeu-se à igualdade de acesso às oportunidades nos mais variados setores: houve progressos, mais ainda há muita coisa para fazer. “Estamos longe da igualdade. Há ainda muitas questões [a resolver], sobretudo dentro de nós [mulheres]. Naquilo que se espera dentro de nós”, disse Ana Galvão.

“É engraçado constatar que na nossa sociedade se vive muito daquilo que se espera: a imagem, sermos mães… Mais do que sermos mulheres e fazermos aquilo que queremos, é termos a oportunidade de optar se queremos ou não estar perto da imagem que se criou da mulher”, prosseguiu a radialista.

A blogger portuguesa Ana Garcia Martins teve a seu cargo da moderação da conversa e deu o mote com a importância da figura materna. No seu caso, “uma figura incontornável, uma lutadora e uma mulher de armas excepional”, disse.

À semelhança da blogger, Ana Galvão também se referiu à mãe como uma figura “tremendamente marcante” na sua vida. “Tenho a sorte de ter uma mãe super forte e aventureira. Transmitiu-me o amor pelos animais. Sempre olhei para ela como um exemplo, desde pequena”, frisou. “Aprendemos a entender melhor as nossas mães depois de também o sermos”, acrescentou.

“Chamo-me Adelaide por causa da minha avó que nunca conheci, mas que fui conhecendo através dos relatos da minha mãe, que era sua nora. Sinto, desta forma, que a avô Adelaide me influenciou de alguma maneira, embora nunca a tenha conhecido pessoalmente. E tenho uma outra avó, Amélia, e é por isso que me chamo Adelaide Amélia”, explicou Adelaide Sousa.

“É interessante ver como as duas eram tão diferentes. A avó Amélia, que conheci pessoalmente, era uma mulher persistente, chata e teimosa, mas não era menos importante por isso, porque de facto as mulheres chatas são importantes e também fazem avançar o mundo […]. O meu contacto direto com a avó Amélia fez de mim uma mulher extremamente argumentativa”, disse a apresentadora de 47 anos.

A apresentadora da SIC Cláudia Borges concorda: “Às vezes dou por mim a pensar no facto de sermos, lá está, muito chatas com os nossos filhos. O meu filho [Rodrigo] chama-me chata por tantas vezes andar agarrada a ele e dar-lhe beijinhos, mas digo-lhe que ele nunca vai entender o amor que os pais sentem por ele, até ele ter um filho. Portanto, faz todo o sentido sermos chatas, persistentes e argumentativas com os nossos filhos e com a vida”, salientou a comunicadora de 34 anos.

Foi também através da mãe – e sua e as que se cruzaram no seu caminho – que Olívia Ortiz, de 30 anos, mais aprendeu ao longo da sua vida. “Sai muito cedo de casa, aos 17 anos, e acabei por aprender muito também com as mães dos meus namorados”.