O que liga depressão ao cansaço? Especialistas explicam relação

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[Fotografia: Pexels/Shvets Production]

Nem só a tristeza e a vontade latente de não cumprir uma tarefa são sinais de uma depressão. Ela expressa-se de múltiplas maneiras – de formas diferentes entre mulheres e homens – e são já muitos os especialistas que correlacionam o cansaço e a fadiga a este estado de saúde mental.

A fadiga afeta mais de 90% das pessoas com transtorno depressivo maior”. Quem o afirma é Nadine Kaslow, professora do departamento de Psiquiatria e Ciências Comportamentais da Escola de Medicina da Emory University ao site norte-americano Huff Post.

Um cansaço que se manifesta pela falta de energia para a concretização de tarefas mais simples tal como se se estivesse diante de uma exigência corporal e emocional fora de série.

E para os especialistas em saúde metal citadas pela publicação, há uma razão biológica que pode explicar esta correlação e que acaba por ter lugar após processos de sujeição a stress crónico. Betty Lai, psicóloga e professora assistente da Escola Lynch de Educação e Desenvolvimento Humano do Boston College, aponta o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal como elemento essencial para regular a resposta do corpo aos estímulos da angústia.

Ora, se o stress pode interromper este funcionamento, pode haver lugar a problemas de sono e depressão”, avisa. Recorde-se que oito em cada dez pacientes deprimidos revelam dificuldades a dormir. As insónias são, depois e por si, decisivas no cansaço.

Não é por isso raro que muitos especialistas identifiquem sinais de depressão quando os pacientes usam expressões regulares como “eu costumava fazer”, “eu costumava ir”, “já não me apetece” ou “não me sinto motivado”. Frases comuns que indicam o adiar de tarefas e até prazeres que se cumpriam e que estão ameaçados pelo cansaço. Uma nota especial para as mulheres que estão ainda mais expostas a todas estas realidades que os homens, como têm vindo a apontar os estudos publicados nos últimos anos.