O que o chá verde faz à sua saúde

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[Fotografia: Shutterstock]

Uma bela chávena de chá sempre se revelou ser um ótimo antídoto para o cansaço, para o stress e muito eficaz em dias de frio. Mas, muito para lá disto, cientistas descobriram agora que o chá verde pode trazer benefícios muito concretos à saúde, evitando até distúrbios da medula óssea que podem vir a ser fatais como o mieloma múltiplo ou amiloidose.

Os investigadores norte-americanos da Universidade de Washington defendem que um dos compostos encontrados nas folhas do chá verde, o polifenol epigalocatequina-3-galato (EGCG), pode vir a salvar vidas.

A amiloidose de cadeias leves ou primária é uma doença na qual parte dos anticorpos do corpo se tornam disformes ou passam a acumular-se noutros órgãos, em particular no coração e nos rins.

A nossa ideia é dupla: por um lado, queremos perceber melhor como funciona a amiloidose de cadeias leves e, por outro, como é que este componente agora em estudo do chá verde se comporta e afeta esta proteína específica”, afirma Jan Bieschke, que viu o estudo publicado no início de fevereiro no Journal of Biological Chemistry.
Jan Bieschke, professor assistente na Universidade de Washington [Fotografia: https://engineering.wustl.edu]
Jan Bieschke, professor assistente na Universidade de Washington [Fotografia: https://engineering.wustl.edu]

O professor assistente daquela instituição universitária integra a equipa que começou por isolar, numa primeira fase, as cadeias leves de nove pacientes com distúrbios de medula que causaram mieloma múltiplo ou amiloidose e, de seguida, realizou experiências por forma a determinar a maneira como o composto do chá verde afetou a referida proteína. O EGCG conseguiu, então, transformar a referida cadeia, impedindo a proliferação e posterior acumulação da deformação.

Na presença do chá verde, as cadeias têm uma estrutura interna diferente”, declara Jan Bieschke.

O estudo deste polifenol está a ser estudado internacionalmente. Para lá de Washington, há testes clínicos em pessoas a decorrer no Amyloidosis Center, em Heidelberg, com a doença de Alzheimer em Berlim e com Parkinson na China.


Tome nota e lembre-se que nem tudo o que faz bem a algo, faz bem a tudo


Todos nós queremos que este composto funcione nos pacientes”, anseia Bieschke.

Já antes, o investigador tinha analisado o efeito do EGCG na doença de Parkinson e na de Alzheimer e concluiu que aquela propriedade impedia acumulações perigosas da proteína presente em ambas doenças.