O que tem de saber antes de comprar um lubrificante vaginal

Womens hands hold intimate grease and a red heart shape on a pink background
[Fotografia: Istock]

Muitas vezes omissa, a questão da lubrificação feminina é uma matéria que cada vez mais se impõe na vida sexual das mulheres, sobretudo porque a sua ausência pode decorrer de fatores hormonais, mas também emocionais como uma relação, ou sociais, como o stress ou ansiedade.

Causas necessárias identificar na origem sob pena de comprometer uma vida sexual futura satisfatória. E cuja solução pode passar, entre outras possibilidades, pela escolha de produtos que promovam uma vida sexual mais plena. Porém, nem sempre é fácil escolher as propostas mais adequadas para saúde feminina.

Ao Delas.pt, a ginecologista Ana Rosa Costa explica quais os aspetos a que se deve prestar especial atenção na hora de comprar o lubrificante mais adequado. “É importante ajudarmos ou aconselharmos a mulher na escolha de um produto com um pH que seja idêntico à secreções vaginais, por forma a terem uma relação saudável e feliz” explica a médica, indicando que “o pH da vagina é ácido e se situa entre 3.8 e 4,2”.

Ora, mas este não é apenas o único factor a ter em conta antes da compra de um produtos desta natureza. Ana Rosa Costa fala em osmolaridade, ou seja, a concentração do produto. “O ideal é inferior a 380 mOsM [miliosmols], e a maioria tem acima”, vinca a especialista, lembrando que qualquer produto “acima de 1200 é melhor não porque acaba por ser irritante” e pode mesmo comprometer a eficácia de métodos contracetivos como o preservativo.

Sem contradindicações no uso, Ana Rosa Costa pede mesmo para que “as mulheres usem lubrificantes e não, como por vezes fazem, “usem óleos para a pele ou mesmo manteiga”. Por isso, “é ideal que sejam à base de água e especificamente indicados para uso vaginal”.

As causas da falta de lubrificação

“A diminuição de estrogéneos, sobretudo na peri e pós-menopausa, pode provocar atrofia e secura vaginal”, alerta a ginecologista. Talvez por isso, um estudo indique, citando uma nota enviada pela marca Durex à comunicação social, que “nove em cada 10 dez mulheres” tenham mais prazer com lubrificante”, apesar de apenas “uma minoria procurar ajuda médica”, recusando-a possivelmente “por vergonha ou por se sentir desconfortável em falar sobre o assunto”.

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Há contudo, outras razões para a falta de lubrificação. “Podem existir diminuições de estrogénio como no pós-parto, a amamentar, num processo de quimioterapia e radioterapia, com a toma de alguns medicamentos”, enumera a médica. Causas que não ignoram outras como, refere a especialista: “O stress, a ansiedade, os problemas conjugais podem levar uma falta de lubrificação, a uma falta de irrigação das estruturas, da vagina, do clitóris, havendo mais atrito, mais desconforto, mais dores.”

Ora, “se as mulheres, mesmo não estando excitadas, têm relações, começa a instalar-se a ideia de frete, há um reforço negativo e cada vez têm mais dor, podem ter até um vaginismo e pode agravar e levar ao aparecimento de problemas no relacionamento”, vinca Ana Costa Rosa.

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