O regresso de Alexandra Moura, o padrão de Ricardo Andrez e as cerejas de Luís Carvalho

O furacão Leslie pode ter assustado alguns, mas a maior parte das cadeiras do Pavilhão Carlos Lopes manteve-se ocupada durante todo este terceiro dia da edição 51 da ModaLisboa. Os destaques do dia vão para o regresso de Alexandra Moura, que resulta da recente parceria com o Portugal Fashion, para o padrão colorido e com inspirações extraterrestres de Ricardo Andrez, e para as cerejas de Luís Carvalho, o designer que recebeu a maior ovação de pé do público.

Costuma-se dizer que os últimos são os primeiros, e neste caso não vamos fugir à regra. Luís Carvalho encerrou o penúltimo dia desta edição da semana de moda lisboeta com uma coleção inspirada nas cerejas e nas flores de cerejeira. Ouvia-se “I can’t help falling in love with you” (“não consigo evitar apaixonar-me por ti”), e não podia haver música mais acertada para descrever o entusiasmo generalizado pela coleção. A paleta cromática girou em torno dos vermelhos, verdes e brancos, presentes também em dois padrões distintos com cerejas. Houve ainda espaço para alguns coordenados em preto, e para dois coordenados mais arrojados em prateado.

Alexandra Moura, que regressa à passerelle da ModaLisboa após dois anos de ausência, também protagonizou um dos momentos de maior popularidade junto do público. A designer apresentou uma coleção inspirada na dualidade entre cidade/aldeia e passado/presente, onde não faltaram peças oversized, muitas delas com pormenores de laços – uma das suas imagens de marca à qual nos habitou. O preto e o branco dominaram, mas também houve espaço para algumas peças em ganga, e para um padrão floral.

Mais tarde, Ricardo Andrez levou-nos numa viagem até ao bug do milénio, expressão utilizada para designar a crença e o medo da viragem para o ano 2000. A coleção fica marcada pelo estampado em tons de verde e rosa choque, numa fusão entre símbolos chineses e frases em inglês. Além deste estampado, o criador explorou a ideia da vida noutros planetas com o desenho da cabeça de um extraterrestre, que colocou em evidência em algumas peças e como um pormenor escondido noutras.

Já que entramos no mundo das cores, Aleksandar Protic usou e abusou dos tons néon, que combinou em alguns coordenados com peças mais sóbrias, em tons de cinza, azul e preto. As propostas do criador assentam numa silhueta justa, a demarcar a zona da cintura, e enquadram-se maioritariamente num estilo mais desportivo.

Além destes nomes, o dia foi também marcado pelos desfiles de Nuno Gama, que abriu as honras com um desfile no Museu Nacional de Arte Antiga, onde apresentou propostas de diferentes estilos para homem; Awaytomars, que se inspiraram na luz e na forma como esta influencia a captação de imagem para criar uma coleção com padrões digitais coloridos; Constança Entrudo, que se aliou a artistas de diferentes áreas para criar uma coleção com grande destaque nos detalhes; Cia.Marítima, que nos fez querer que o verão chegue depressa para poder utilizar a roupa de praia inspirada em lugares tropicais e orientais; e ainda Patrick de Pádua, que fundiu o conceito de streetwear e sportswear em silhuetas entre o justo e o oversized.

Percorra a galeria acima para ver alguns dos melhores momentos que marcaram este penúltimo dia de ModaLisboa Multiplex.

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