Óbidos. Pombal. Lisboa. Quarto camião carregado de ajuda à Ucrânia parte esta terça

Manifestação de apoio à Ucrânia
[Fotografia: Rita Chantre / Global Imagens]

Na noite de domingo, 27 de fevereiro, Oksana fazia silêncio pelos familiares, amigos, conterrâneos ucranianos numa vigília feita a partir de Leiria. A par deste plano, corria já outro na sua vida: o de ajudar a recolher, separar e acomodar 10 toneladas de bens para enviar para a fronteira da Polónia, tudo a partir de Pombal e já na segunda-feira, 28 de fevereiro. Com Oksana e movida nos mesmo propósitos estavam também Antónia e Ohlana.

Três dias antes, um pouco mais a norte de Portugal e quando mal eclodiam as primeiras detonações russas em território ucraniano, vários trabalhadores ucranianos de uma empresa transportadora de Coimbra pediam ajuda e disponibilizavam-se para, com os camiões, poderem ir até à fronteira levar mantimentos, roupas, produtos médicos. Outros pediam dias de férias por antecipação para poderem ir até à fronteira com a Ucrânia buscar familiares e amigos.

Em cinco dias, equiparam-se já quatro camiões carregados de ajuda nacional a quem está na fronteira, mas também a quem ficou em território ucraniano.

“Foram os nossos motoristas que nos levaram a fazer isso”, conta ao Delas.pt Hugo Cardoso. O responsável de Recursos Humanos da transportadora de Coimbra contou que tudo começou “com uma uma mensagem de apoio focada nas famílias, se estavam na segurança”. “Estaríamos cá para ajudar. Somos uma empresa com 450 motoristas dos quais 1/3 são de nacionalidade ucraniana”, refere. De repente, começamos a receber ajuda de outras entidades que sabiam que íamos levar um camião até lá. Ontem [domingo, 27 de fevereiro] era um e, de repente, amanhã [terça-feira, 1 de março] já sai o quarto. Foi tudo muito rápido”, refere.

“Estão a levar, kits de primeiros socorros, muitas conservas, roupas, água, medicamentos. De repente, começamos também a receber apoios da SOS Army, autarquias, apoios, associações, IPSS e tudo isto se catapultou”, especifica. Sobre o que vai suceder, Hugo Cardoso remete para a Cruz Vermelha. “Eles estão a articular-se com as entidades internacionais. Algum material ficará na fronteira e um dos camiões deverá seguir para o interior da Ucrânia, mas serão eles a vir buscar à fronteira”, explica o responsável.

Uma onda solidária que ainda agora começou e que começa a criar rede de apoio para receber quem está a fugir da guerra. Veja aqui como ajudar, por distrito.