Obra da escritora Ana Filomena Amaral apresentada na Biblioteca Nacional de Moscovo

moscovo
People walk in the Red Square near the Kremlin in Moscow March 3, 2012. Russians will go to the polls for their presidential election on Sunday. REUTERS/Pawel Kopczynski (RUSSIA - Tags: POLITICS ELECTIONS SOCIETY) - RTR2YRTG

A obra da escritora portuguesa Ana Filomena Amaral, autora entre outros do romance “Casa da Sorte”, é apresentada na quinta-feira na Biblioteca Nacional da Rússia, em Moscovo, e na próxima segunda-feira na capital da Lituânia.

Em comunicado, a Biblioteca Nacional russa afirma que este é um “encontro dos leitores de Ana Filomena Amaral com a autora, que irá falar sobre si e acerca os seus livros”.

Segundo a mesma fonte, os leitores da autora portuguesa podem colocar questões, “o que proporcionará uma rara e interessante oportunidade, para o público russo, de falar diretamente com uma escritora portuguesa”.

Na sessão de quinta-feira, marcada para as 19:00 locais (17:00 em Lisboa), além da autora participam o conselheiro da embaixada de Portugal em Moscovo, Paulo Santos, o representante do Instituto Camões, Zhuan Karlush Mendonça, e o editor científico do departamento de publicações da Biblioteca Nacional russa, Anton Chernov, que fará a apresentação de Ana Filomena Amaral.

Ana Filomena Amaral tem sido convidada para apresentar os seus diferentes títulos na Europa e Estados Unidos.

No ano passado apresentou “Casa da Sorte”, traduzido para inglês com o título “Vaulted Home. Those who cheated death”, na Roménia, Países Baixos, Malta, Turquia e em Taiwan, e em 2014 nos Estados Unidos.

Depois de Moscovo, na próxima segunda-feira, a obra da autora do romance “O Cassador de Muros”, já traduzido em cinco línguas, é apresentada na Biblioteca Nacional da Lituânia, em Vilnius.

A sessão na capital lituana conta também com um representante da embaixada de Portugal naquela República do mar Báltico, e está agendada para as 17:00 locais (15:00 em Lisboa).

Aquando da publicação de “O Cassador de Muros”, em outubro de 2014, celebrando os seus 25 anos de carreira literária, e em declarações à agência Lusa, a escritora defendeu a urgência da literatura na atualidade.

“O que fazemos a tanto avanço tecnológico e científico? Procuramos a imortalidade e recuamos nos valores humanistas que nos definem, como dizia Stephen Hawking, não são os robots que devemos temer, mas o capitalismo, e agora digo eu, que nos conduziu a uma visão do mundo em que o individualismo, o egoísmo, a ganância e a cobiça prevalecem”, afirmou Ana Filomena Amaral.

“O que fazer com esta desdignificação, desumanização, materialização da vida?! Penso que é cada vez mais necessária uma literatura de intervenção, que combata a ignorância que permite e gera a tirania e a ditadura, uma literatura comprometida com a sociedade em que vivemos, não inócua, mas combativa, lutando por causas, pugnando por um mundo melhor para todos, servindo os outros para, como dizia Maria de Lourdes Pintasilgo ‘cuidar o futuro'”, rematou.

Além de ficção, Ana Filomena Amaral é autora de obras como a monografia histórica “Avintes na margem esquerda do Douro” (1993), tendo ainda publicado nesta área, “Góis entre o rio e a montanha” (1997) e “Maria de Lourdes Pintasilgo: Os anos da Juventude Universitária Católica Feminina – 1952-1956” (2009).

Ana Filomena Amaral, de 55 anos, é natural de Avintes, no distrito do Porto, é mestre em História Económica e Social Contemporânea, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Na ficção estreou-se em 1989 com “Uma porta abria-se a fogo”, título ao qual se seguiu “O segredo do cavalo-marinho” (1995), “A Casa da Sorte” (2004), “A coroa de Góis” (2007), “Pão e água” (2011) e “O Cassador de Muros” (2014).

Em agosto de 2015, o conto “Mulheres de Água” valeu-lhe o Prémio Internacional “Cidade de Araçatuba”, no Estado de S. Paulo, no Brasil.