#oDiaDelas: O segredo de Sandra Alvarez para o dia ter mais de 24h

Sandra Alvarez_créditos Vitor Gordo Syncview_destaque

Nem os 23 anos de experiência profissional em Marketing e Comunicação de Marcas, nem o facto de ser mãe de quatro filhos e por vezes ter uma vida familiar agitada, fazem com que Sandra Alvarez pare de investir na sua formação. Com uma licenciatura, uma pós-graduação e um mestrado no currículo, a diretora geral da PHD, agência de meios do Omnicom Media Group, continua a apostar na vida académica, estando de momento a tirar um doutoramento em Comunicação Digital e Interativa.

Aos momentos em família, ao trabalho do dia-a-dia e às aulas, Sandra junta ainda o voluntariado. Como? Garante ter um segredo para que o dia pareça ter mais de 24 horas e nós descobrimos qual é.

A que horas costuma começar o seu dia?

Nos dias úteis, acordo às seis da manhã e saio de casa às sete. Levo os meus filhos aos colégios e universidades e chego à agência por volta das 8h30. Das 8h30 às onze dou seguimento aos temas prioritários e a seguir começa a agitação normal, de um dia normal de uma agência. Mas é disso que eu gosto. Adoro trabalhar.

A primeira coisa que faz de manhã é…

Nunca acordo à primeira. Tenho de colocar pelo menos três alarmes no despertador, pois gosto da falsa ilusão que “afinal não é já”, que vou dormir mais um pouco, nem que sejam só mais cinco minutos. Quando me rendo e me levanto, a primeira coisa que faço é ligar o telemóvel e abrir a agenda, para organizar mentalmente o meu dia e me ajudar a decidir o que vou vestir.

Recusa-se a sair de casa sem…

O meu telemóvel, porque tanto no carro, a andar ou quando estou a fazer qualquer atividade que não implique pensar, ouço audiobooks. É um dos meus truques para os meus dias terem mais do que 24 horas.

Que produtos de beleza não dispensa?

Um forte corretor de olheiras e pó bronzeador. Nunca dei a devida atenção a produtos de beleza e sei que é uma parvoíce não o fazer, mas a partir dos 40 anos comecei a seguir algumas regras valiosas, que marcas de beleza, com as quais trabalhei, me ensinaram.

Que peça do guarda-roupa lhe dá mais jeito no dia-a-dia?

Um blazer. Muitas vezes ao longo do dia surgem reuniões ou eventos que sou convocada à última hora e um blazer, como dizia a minha avó “compõe muito”. Já me aconteceu mais do que uma vez ir comprar um blazer durante a hora de almoço, para o usar à tarde ou ao final do dia.

Como definiria o seu estilo?

Não tenho propriamente um estilo, mas tendo de enumerar um diria que é clássico e pouco ousado, no sentido em que nunca arrisco muito. Não tenho muito jeito para fazer combinações diferentes e, por isso, opto pelo mais seguro. Em termos de estilo profissional, vejo-me como uma pessoa transparente, trabalhadora e próxima da “minha” equipa e dos “meus” clientes. Tento aproximar-me do estilo “liderar pelo serviço”, pelo menos no que diz respeito à minha preocupação em garantir que a “minha” equipa está bem, se sente a crescer, sabe que os ouço e que ajo em prol do bem de cada um e do todo, pois é isso que nos torna mais motivados, mais dedicados, mais envolvidos e mais produtivos. Acredito que só damos o nosso melhor se nos sentirmos apoiados, compreendidos e valorizados.

Diga-nos três coisas que tem sempre consigo no trabalho.

Para além das coisas óbvias, como o telemóvel, o PC e uma embalagem de Guronsan, tenho também confetes para comemorar cada cliente que ganhamos na PHD (graças a Deus temos disparado muitos nos últimos três anos), muitas garrafas de água e chocolate.

Uma regra de ouro para ser bem-sucedida profissionalmente?

Adaptação, ou melhor rápida adaptação a todas as circunstâncias e situações. Sou muito racional nas minhas análises e decisões e a minha equipa brinca imenso comigo porque pergunto sempre “qual é o objetivo” e “qual é o racional” para se fazer seja o que for, mas ao mesmo tempo sou muito intuitiva e isso tem-me sido extremamente útil ao longo da minha vida profissional, pois junto sempre as duas partes e adapto-me com muita facilidade a todas as situações, muitas vezes antes dessas adaptações me serem solicitadas.

“Muito dificilmente alguém ou alguma situação profissional me estraga o dia”

Como costuma ser o seu almoço?

Cerca de 70% dos meus almoços são profissionais, com clientes, parceiros ou prospects. Nos restantes 30% aproveito para almoçar com alguns amigos ou com algum dos meus filhos. Quando não tenho nada combinado, almoço na agência e aproveito para estudar, pois estou a fazer um doutoramento, o que exige muita leitura de artigos científicos.

O que é que lhe pode estragar o dia?

Muito dificilmente alguém ou alguma situação profissional me estraga o dia. Primeiro porque “resolver problemas” é uma das principais exigências da minha função e segundo porque nunca encaro nenhum problema profissional como um ataque pessoal. Penso que sei fazer muito bem essa separação, o que me dá a tranquilidade para abordar os temas com assertividade e não ficar melindrada ou chateada com pontos de vista diferentes dos meus. Simplesmente tento encontrar o consenso. Para me estragar o dia, só mesmo uma doença grave de alguém próximo.

O que é que vamos sempre encontrar na sua mala?

Uma chucha, porque apesar de dois dos meus quatro filhos já estarem na universidade, tenho outros dois mais novos, um deles com três anos, que é “chucha addicted”. Além disso, tenho sempre uma máquina fotográfica, pois tiro milhares (literalmente) de fotografias, para registar todos os momentos que me marcam de alguma forma.

Qual o seu truque para manter a forma?

Não tenho truque nenhum e não me sinto em forma. Algo a mudar em breve, mas como o tempo é finito, tenho deixado essa componente para trás. A única coisa que faço é beber muita água e deslocar-me sempre pelas escadas, em vez de utilizar o elevador. Subo e desço quatro pisos várias vezes ao dia.

O que a torna confiante?

O reconhecimento e a confiança que os outros demonstram ter em mim e no meu trabalho. Como costumo dizer: “Não estou à espera que ninguém me motive”, aprendi a auto motivar-me, mas gosto de ser reconhecida pelo que faço e de sentir que confiam em mim. Isso torna-me mais forte e confiante.

“nunca termino o dia da mesma forma. Posso simplesmente terminar a ver uma série, mas também posso terminar a dar uma aula na universidade”

Se pudesse viajar para qualquer parte do mundo neste momento, para onde iria?

Para Budapeste, onde está o meu filho mais velho a fazer Erasmus. Estou cheia de saudades dele. Ele diz que também tem saudades, mas que aguenta e que, por isso, não vê a necessidade de vir a Portugal.

Quem convidaria para jantar hoje?

O meu marido e os nossos filhos. Somos tantos que a conversa é sempre animada e diversificada. São, sem dúvida, a minha melhor companhia. A grande novidade – que os irá surpreender muito – é que vou aprender a cozinhar.

Como é que costuma terminar o seu dia?

Depende muito, nunca termino o dia da mesma forma. Posso simplesmente terminar a ver uma série, mas também posso terminar a dar uma aula na universidade, numa das duas Pós Graduações onde leciono, ou eu própria a ter uma aula do doutoramento que comecei este ano.

[Imagem de destaque: Vitor Gordo Syncview]

#oDiaDelas: Keep it simple com Joana Andrade Nunes