Óleo vegan, coroa herdada e poder feminino. Modernidade na coroação de Carlos III

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[Fotografia: Rabih MOGHRABI / AFP]

A festa espera-se com pompa e circunstância a 6 de maio, a partir de Londres. E se a tradição é para ser cumprida, Carlos III deverá protagonizar uma chegada ao poder que também trará algumas piscadelas de olho evidentes aos tempos mais modernos.

Há, segundo a imprensa britânica, uma tentativa de modernização do ritual que remonta ao século X e esse desejo parte do monarca que sucede a Isabel II.

Toque de contemporaneidade, mas também de alguma contenção. Afinal, espera-se que a cerimónia conte apenas com 1/4 dos convidados face à longa lista da coroação de Isabel II. Se em 1953 foram oito mil, esperam-se agora dois mil na Abadia de Westminster. A duração também será encurta de três para uma hora.

Veja o que já está a ser dado por certo para a grande cerimónia de coroação de Carlos III e que acontece 70 anos após a da mãe.

Óleo vegan: A solução com a qual eram ungidos os reais e rainhas era composto por essência de glândulas de pequenos mamíferos, e âmbar cinza, do intestino de baleias, com cheiro levemente doce e terroso. A 6 de maio, o óleo usado em Carlos III foi consagrado em Jerusalém a 3 de março de 2023 e não terá origem animal. Segundo explicou o Palácio de Buckingham em comunicado, este óleo é composto por azeite de dois olivais no Monte das Oliveiras, um no Mosteiro de Maria Madalena, que é o local de sepultura da mãe do príncipe Phillip, a princesa Alice da Grécia. Foi perfumado com óleos essenciais, incluindo sésamo, rosa, jasmim, canela e flor de laranjeira.

Menos tiaras e a mais importante vem de herança: Tudo indica que o traje exigido às nobres possa sofrer alterações, requisitando menos tiaras e mais pequenos apontamentos estruturados no cabelo como chapéus e toucados. Já Camilla, mulher de Carlos III e coroada como rainha consorte, deverá usar coroa criada em 1911 para a rainha Mary, bisavó de Carlos III. Será a primeira rainha consorte a fazer alterações numa coroa já existente, em quase três séculos de história.

Dress code masculino: O número de vagas para elementos da Câmara dos Lordes também foi reduzido, pedindo-lhes que troquem as vestes especiais usadas para a coroação por roupas formais de cerimónia ou de negócios.

Poder feminino: Pela primeira vez, raparigas e mulheres bolsistas, conhecidos como King’s Scholars, da exclusiva Westminster School, vão participar na cerimónia. Em 1953, a escola no centro de Londres era uma só para rapazes. Este novo grupo misto que se vai apresentar a 6 de maio irá aclamar o rei com o grito latino “Vivat Rex Carolus!” (“Viva o rei Carlos!”).

Receita sem carne: Tal como sucedeu com Isabel II, que ‘cunhou’ um frango escalfado em sua homenagem aquando da coração, em 1953, agora Carlos III faz o mesmo, mas com opção um pouco mais leve: uma quiche de espinafres, favas e estragão. E a receita já está disponível.

com agências