Quase o dobro de mulheres mortas na intimidade, em 2022

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[Fotografia: Pixabay/Pexels]

Dos 22 crimes perpetrados por companheiros, em mais de metade já era conhecida violência prévia. “As formas de violência identificadas nas notícias incluem violência física, psicológica, perseguição, ameaças, diversas estratégias de controlo, e ainda uma tentativa de femicídio prévia”, refere o relatório divulgado esta quarta-feira, 16 de novembro, pelo Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA), da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).

No que diz respeito às mulheres que perderam a vida, 13 delas tinham filhos. “Em 59% dos casos existiram vítimas diretas do femicídio que não faleceram, nomeadamente as/os filhas/os das vítimas que ficaram órfãs/ãos. Em quatro destas situações trata-se de filhas/os menores que presenciaram o crime“, alerta o relatório. Sublinhe-se ainda que, dos 22 casos, 13 crimes foram cometidos em relações de intimidade atuais (59%) e nove em contexto de relações passadas (41%).

Os números refletem a realidade noticiosa de mulheres assassinadas e que, no total e até 15 de novembro, são 28, mas em contextos de crime distintos: três no âmbito familiar, um em contexto de crime, um outro em discussão pontual e ainda um terceiro em contexto omisso.

Comparando igual período de 2021, o mesmo organismo contabilizou 23 mulheres mortas, 13 das quais no contexto de relações de intimidade, 10 assassinatos, sete deles “em contexto familiar”, dois “em contexto de crime” e um “em contexto omisso”.

Contas globais, são mais cinco as mulheres assassinadas em território nacional este ano e quando comparado com 2021.

“Na maioria dos casos, em 12, o “crime ocorreu na residência conjunta de vítima e ofensor; em 23% (cinco casos) na via pública; em 14% (três) na residência apenas da vítima; e nos restantes 2 casos em outros locais”, indica a análise da OMA, que pode ser consultada originalmente aqui.

Sobre a tipologia de arma usada, a arma de fogo é a mais recorrente, em nove crimes, seguido de arma branca (em sete). “Em 18% (quatro) a vítima foi morta por asfixia ou estrangulamento; e em 9% (dois) por outros meios”, detalha o relatório.