Os bebés também testam as fraldas

Os bebés não têm opinião sobre as fraldas que usam? Não é bem assim. Mil e duzentas mães e pais passam todas as semanas pela Dodot, com os seus filhos. para testarem 50 mil fraldas. São voluntários como Teresa Chongo e a filha Caissie, de dois anos: às sete da manhã chegam ao Centro de Inovação da P&G em Schwalbach, na Alemanha.

Teresa, 36 anos, fala português – é moçambicana a viver em Frankfurt. Conta-nos que uma amiga, que também já participou nas experiências, é que a aconselhou e, inclusive, enviou um email com o seu contacto para o centro. É, de resto, esta a forma como a maioria dos pais e dos seus bebés aqui chega. Mas há mais: nos centros de saúde e consultórios médicos da região está disponível informação a convidar à participação.

“As fraldas têm que ser testadas em bebés, é absolutamente crítico. Só assim conseguimos o melhor produto”, explica o responsável pela comunicação da Dodot, Ioannis Hatzopoulos.

Desde manhã cedo, Caissie já passou pelo laboratório de pele, onde lhe foi medida a temperatura corporal. Os bebés têm de estar felizes. Ao mínimo sinal de irritação altera-se a temperatura, aumenta o suor, e tudo pode comprometer o teste da fralda – que, neste caso, avalia parâmetros como o grau de hidratação da pele ou o PH. Por isso é que esta sala, onde há quadros nas paredes da Rua Sésamo, de dinossauros, ou desenhos de personagens da Disney, tem muitos brinquedos para entreter as crianças. Cassie pega num telemóvel de brincar e é como se estivesse a telefonar – já não o larga durante aqueles breves minutos.

O próximo passo é entrar na sala onde é construída uma imagem corporal de Cassie em 3D. É simples: basta ficar em pé, com a fralda vestida, e oito câmaras captam a imagem. Já está. Enquanto a menina de dois anos sai da sala, o computador constrói as imagens. E é mesmo assim, bastam dois minutos. Este é o recurso que mostra exatamente como ficou colocada no corpo a fralda e é essencial para comparar, mais tarde, com a posição em que esta vai ficar depois de uma hora e meia de brincadeira.

Cassie já está no “baby playground”, que é como quem diz feliz da vida a brincar no meio de escorregas, uma casa de madeira, uma cozinha à sua escala, e tudo cheio de bonecos e acessórios divertidos. A mãe, sempre tem chá, café e pão para aconchegar o estômago.

“Da última vez que participámos deram-nos 100 euros e fraldas para um mês. Estou muito feliz por ter esta hipótese de participar”, conta Teresa ao Delas.pt.

É neste centro de investigação, onde trabalham mais de 590 funcionários – 60% mulheres e 25% doutorados – que são criadas as últimas inovações das fraldas Dodot. E não tem a ver só com o produto, que carece de desenvolvimento de materiais, investigação clínica e segurança, mas também com a embalagem. “Para que as otimizações de produto introduzidas tenham um benefício real para as mães e pais, é fundamental que o desenvolvimento de produto seja realizado junto deles.” Esta é a máxima da empresa, que testa as fraldas e toalhitas em mais de 25 mil bebés em condições de uso real.

Todo este processo de inovação começa com a opinião do consumidor. Estas 1200 mães e pais a cada semana entregam no centro as fraldas que os filhos usaram. É nesta fase que dão a sua opinião. Explicam o que correu mal ou o que gostariam de ver melhorado. Já na fase de investigação técnica, uma equipa multidisciplinar, procura criar um produto que responda a estas necessidades. Passando de seguida à fase de prototipagem – existe uma linha de montagem numa espécie de sala secreta, com acesso restrito, onde são produzidos os primeiros exemplares. É na última fase, de investigação clínica, que os bebés experimentam estes protótipos e os investigadores testam a compatibilidade com a pele. A Dodot garante a máxima segurança nos testes.

Qual a diferença entre as fraldas de há dez anos e as de hoje? O superabsorvente evoluiu ao ponto de fazer o seu trabalho, que é retirar os líquidos do contacto com a pele, de forma cada vez mais rápida. Assim se previnem as irritações da pele.