Restrições ao aborto legal: porque é que estão a ser os homens a propô-las?

A legalização da Interrupção Voluntária da Gravidez tem sido feita de avanços e recuos em vários países do mundo. As propostas mais recentes em torno da restrição de direitos relativos ao aborto têm surgido ou mantêm-se em discussão porque há pelo menos um homem que assume a dianteira de um processo para diminuir as possibilidades de fazer o procedimento em condições seguras.

O Brasil está em suspenso, esta terça-feira, 21 de novembro, com a discussão de uma proposta de alteração à Constituição que abre caminho para pôr fim ao aborto em circunstâncias específicas, o que levou a ONU a demonstrar preocupação com a medida e fez com que atrizes brasileiras saíssem às ruas e dessem voz ao protesto.


Por cá, em Portugal, a lei da interrupção voluntária da gravidez assinalou, em 2017, dez anos de existência.


No Chile, em agosto, tinha sido um homem que, por via da abstenção, poderia levar muitas mulheres que interrompessem gravidezes a arriscarem processos criminais. A verdade é que o país acabou por descriminalizar o aborto.

Assim que tomou posse, um dos primeiros atos de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos da América, foi implementar a medida de bloqueio conhecida por Mexico City Policy. Ao aplicar esta legislação, o Estado norte-americano deixa de alocar recursos financeiros para apoiar a saúde reprodutiva de mulheres um pouco por todo o mundo. Uma posição que usualmente os presidentes republicanos tomam e que Trump replicou, com fotografia e assinatura a anunciar o fim do financiamento, que foi formalizado em abril.

Em 2013, em Espanha, foi o Partido Popular, por via do ministro da Justiça de então, que tomou a dianteira e que instalou a polémica no país e na Europa porque a proposta ia no sentido de eliminar a interrupção livre da gravidez nas primeiras semanas. O caso acabou com a retirada do anteprojeto de lei e com a demissão do governante.

Na galeria acima fique a conhecer os quatro políticos que, mais recentemente, colocaram a questão em cima da mesa e que estão longe de gerar consenso.

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