1. Picaba Natural Café (MATOSINHOS): Muito antes da moda da alimentação saudável pegar em Portugal, já o surfista Patrick Jongenelen, português com raízes holandesas, tinha descoberto as maravilhas do açaí no Brasil. Assim, quando há nove anos decidiu abrir o Picaba, de frente para a praia da Foz, não teve dúvidas do que queria: um espaço onde a alimentação fosse natural, saudável e, um dia, pudesse vir a servir também o açaí. É isso que já acontece, com uma ajudinha de Mafalda Pinto Leite, cunhada de Patrick e guru da alimentação saudável, que aprovou o menu onde, ao já mencionado superalimento (desde 2 euros/1 bola), se juntam outras sugestões muito clean, como as taças de fruta (3,50 euros), iogurtes gregos com granola e fruta fresca (3,50 euros), sumos naturais com zero adição de açúcar (desde 2,30 euros) e sandes light, como a de queijo fresco e pesto de manjericão caseiro em pão de sementes (3,50 euros). Tudo sugestões perfeitas para encerrar um dia de surf ou recuperar de uma corrida no paredão, com os olhos postos no mar e o estômago e o coração em sintonia. (Foto Rui Oliveira/GI)
2. Mesa 325 (PORTO): Diz o mapa que estamos no Porto mas, uma vez cá dentro, sentimos que poderíamos estar em qualquer ponto do mundo. No Mesa 325, Mário Espinha, arquiteto, e Leonor Sá, farmacêutica, construíram um espaço que é um reflexo das suas paixões: do look escandinavo, com paredes cinzentas, mesas de madeira clara e decoração minimalista, ao speciality coffee, um café 100% arábica torrado artesanalmente. E de bem comer, claro. Para além das propostas habituais, os mais preocupados com a saúde – ou simples curiosos – encontram opções isentas de culpa como o iogurte grego com granola e fruta fresca (3 euros), o cappuccino de chá verde (2,50 euros) e bolos onde a fruta é o principal adoçante (1,50 euros). Se estiver com pressa, pode levar qualquer bebida de café para consumir pelo caminho, à boa maneira americana. (Foto Rui Oliveira/GI)
3. Tartine (LISBOA): Vir à Tartine e pedir um lanche saudável parece um contra-senso, sabemos. À entrada, os bolos e minitartes são meio caminho andado para a perdição e resistir-lhes é missão quase impossível. Há a deliciosa proposta de iogurte biológico (de leite de vaca ou soja) com granola caseira, acompanhado por uma taça de fruta, com manga, abacaxi, papaia e, por vezes, morangos e framboesas (5,50 euros). Outra opção é pedir um sumo de fruta do dia (2,50 euros) e uma torrada em pão escuro alemão (2,50 euros) ou uma tartine de requeijão com tomate-cereja (8,90 euros). O pão é, aliás, uma das grandes mais-valias desta casa no Chiado que abriu como padaria e mantém ainda essa função – é até possível ver os padeiros a trabalhar, no andar de baixo, atrás do balcão. Entre as sugestões mais saudáveis estão o pão de muesli, pão escuro alemão, alfarroba ou integral, perfeitos para levar para casa. (Foto Paulo Spranger/GI)
4. Leitaria Lisboa (LISBOA): Praticamente a fazer um ano desde que abriu, a Leitaria Lisboa já vai dispensando apresentações. A ideia de Tiago Martins foi pegar num produto nacional de alta qualidade, o leite dos Açores, e usá-lo como base para desenvolver uma série de receitas. Sem surpresas, o grande destaque vai para o iogurte, feito apenas com leite e os fermentos naturais do mesmo, ao qual é possível juntar fruta, sementes, frutos secos e outros toppings a gosto, optar por uma das propostas predefinidas, como por exemplo a que junta mirtilos, noz, sementes de chia e agave (3,75euros), ou consumir na forma de um parfait, com granola caseira e frutas (3,75 euros). Outra das sugestões são os leites, claro, disponíveis em variadíssimas versões, como o leite com morangos, 4 cereais ou com chocolate (1,60 euros), e os smoothies (2,30 euros). Pão, também há, muito e bom: prokorn, sementes de papoila, centeio, cereais e espelta, entre outros, cozidos na loja, bem como bolos, como o bolo de iogurte (1,50 euros) ou as queijadas de leite ou requeijão (1,30 euros). Haja apetite! (Foto Paulo Spranger/GI)
5. Amarelo Torrado (PORTO): «Aqui vai comer a melhor torrada da Baixa.» É assim, sem falsas modéstias, e com esta frase bem estampada na entrada, que Mariana Leão pisca o olho a quem passa. Nesta casinha de chá a lembrar os cenários de Maria Antonieta de Sofia Coppola, mas onde o amarelo domina, as torradas são, não há dúvida, as grandes protagonistas. O segredo, conta Mariana, está na massa; ou melhor, no pão, comprado a um pequeno produtor e disponível nas variedades chapata, cereais, noz ou avelã. Para as torradas, são usadas fatias altas que ficam crocantes por fora e fofas por dentro, barradas com manteiga e acompanhadas de três variedades de doce – mel, frutos vermelhos, abóbora ou o que houver nesse dia – exceto no caso da torrada de avelã, que é acompanhada por Nutella. Para além das torradas (desde 2,05 euros), há scones (2 euros/2) e, para acompanhar, chás de mistura exclusiva, preparados especialmente para a Amarelo Torrada (2 euros), cervejas artesanais e bebidas à base de leite, café e chocolate como o cappuccino com leite de vaca (1,70 euros) ou soja (2 euros).
6. Leitaria da Baixa (PORTO): No espaço que é uma referência da Baixa do Porto, e que em tempos foi uma fábrica de fazendas, há sempre clientes de todas as idades, atraídos não só pelo que de bom sai da cozinha mas também pelo espaço em si, com wi-fi gratuito (que os estudantes agradecem) e uma esplanada interior onde é possível fumar sem frio, chuva e outros incómodos do inverno que se aproxima. Para o lanche, há menus como o Baixa, com meia de leite, chá ou café de saco, minicroissant folhado ou croissant de cereais e ainda um pãozinho de cereais, acompanhado de geleia e manteiga (2,30 euros), ou o Tradição, com as mesmas opções nas bebidas, uma tosta de queijo ou fiambre e um pastel de nata (3,90 euros). E atenção que este pastel de nata não é um pastel qualquer: a receita é única da casa e a diferença nota-se mesmo, tanto na massa, muito leve e estaladiça, como no recheio, com um travo a limão que ajuda a cortar o doce. Aos mais gulosos aconselha-se ainda uma fatia de bolo de chocolate caseiro – dizem os proprietários que é o mais pedido, tanto que, se vier muito tarde, corre o risco de já não o encontrar. Ainda aí está? (Foto Paulo Spranger/GI)
7. Palacete Chafariz d’El Rei (LISBOA): Na Travessa com o mesmo nome, em Alfama, o Palacete Chafariz d'El Rei era um quase desconhecido até abrir o salão de chá ao público. Num instante, os brunches nos luxuosos interiores de 1909, decorados ao estilo da Arte Nova Brasileira, passaram a ser cobiçados por meia cidade, catapultando este hotel desde 2010 para o centro das atenções. Ao lanche, os argumentos para visita são irresistíveis: french toasts, como a de banana com Nutella (4,50 euros), gigantescas panquecas servidas, por exemplo, com banana e morangos (4,50 euros), scones com frutos vermelhos, manteiga e compota (4 euros/2 unidades) e, a acompanhar, chá (desde 3,50 euros), chocolate quente (4 euros) ou sumo de frutas natural (3,50 euros), são algumas das sugestões servidas em loiça escolhida a dedo, num dos salões ou na esplanada com vista para o rio. Pontos extra, ainda, para o atendimento, afável e descontraído, que ajuda a fazer deste lanche um dos melhores de Lisboa. (Foto Paulo Spranger/GI)
8. Wish Slow Coffee House (LISBOA): Na Wish Slow Coffee House, a cafetaria nascida em agosto dentro da loja Wish, não há cafés bebidos de um trago ao balcão nem pedidos tirados em dois segundos. Isto porque a especialidade é o café de filtro (desde 5,50 euros para 2 pessoas) e, neste caso, a pressa é mesmo inimiga da perfeição. A acompanhar os diferentes tipos de café, são oferecidas «poffertjes» (4 para duas pessoas), minipanquecas holandesas servidas com açúcar, mas o mais provável é acabar por pedir pelo menos mais uma dose destas delícias que se comem numa única dentada (3 euros/5 uniddes). (Foto Paulo Spranger/GI)
9. L’Éclair (LISBOA): Na L’Éclair, todos os dias existem dez variedades do popular doce parisiense, feito à base de massa choux e recheado com diferentes sabores, para provar. Caramelo, lima-limão, baunilha-framboesa, chantilly, cassis e paris-brest são algumas das opções regulares, como baunilha de Madagáscar, pistácios do Irão, chocolate Valrhona ou fruta biológica (entre 2,40 e 4,20 euros). Como na altacostura, os éclairs contam com diferentes coleções e neste outono-inverno as novidades são o crepe Suzette e o Tiramisu. Para além das especialidades, a cozinha de seis pessoas é ainda responsável pelos macarons de violeta, laranja, pistácio, caramelo salgado, praliné ou rosa, entre outros (1,20 euros/ unidade). Um lanche verdadeiramente «à grande e à francesa»
10. Chocolataria das Flores (PORTO): No verão, porque os chocolates não levam conservantes, desaparecem as variedades com recheio, mas assim que o frio regressa é possível encontrar um sem-fim de opções, incluindo o chocolate com vinho do Porto, especialmente popular entre os turistas. O que também foi criado a pensar na clientela estrangeira foi a tosta de banana, manteiga de amendoim e chocolate (4,90 euros): uma proposta pouco usual que, aos poucos, tem vindo a conquistar também o paladar dos portugueses. Para tornar a experiência ainda mais decadente, nada como combinar esta tosta com uma chávena de chocolate quente e espesso, dos que se conseguem provar à colherada (2,50 euros). É sucesso garantido. (Foto Igor Martins/GI)
11. Confeitaria Tavi (PORTO): Não é fácil eleger uma especialidade da casa. A tarte tatin? O sublime de cacau? O bolo inglês? Candidatos não faltam ao título de representante desta confeitaria histórica, inaugurada em 1935 e adquirida pela família Paiva em 2005. Os mais de 40 anos de experiência de José Paiva na área fazem-se sentir e não é por acaso que o espaço continua a encher, todos os dias, seja para pequenos-almoços, almoços ou lanches com vista para o oceano. No menu há crepes novos, como o de morangos marinados com pimenta (4 euros), e que vão especialmente bem com uma fatia de tarte de frutos vermelhos (1,75 euros), um iogurte de frutos do bosque com crocante de noz e amêndoa (4 euros) e, para rematar, um espesso batido de fruta (3 euros). A dose é generosa por isso aconselhamos que partilhe mas se for realmente guloso pode sempre tentar o feito de resolver a solo este lanche-banquete. (Foto Rui Oliveira/GI)
12. Quinoa (LISBOA): Primeiro, foram os brunches que puseram meio país a adotar o estrangeirismo – e a banquetear-se ao fim de semana. Agora, é tempo dos slunches, mistura de lanche e jantar, lançados pela Quinoa no ano passado e que voltam a apetecer com o regresso dos dias mais frios. Para escolha, existem três variedades: o Chá das 5 (5,50 euros), com chá, scone com manteiga e compota, salame e bolinha de água com queijo, fiambre e alface; o Para Picar (9 euros), com copo de vinho, queijos, pão simples e tostado, azeitonas e nozes; e o mais completo Ajantarado (11,60 euros), composto por iogurte com fruta e granola, sopa, mini-hambúrguer, sumo do dia, cappuccino e sobremesa. Sendo a Quinoa mais conhecida pelo seu pão biológico, é esse o pão que integra qualquer um dos menus. Tal como com os produtos de padaria, quem ficar fã da granola (caseira e realmente deliciosa) também a pode levar consigo, por 10,80 euros cada 400 gramas.
13. Mercearia do Miguel (PORTO): Na Rua do Passeio Alegre, poucos serão os que não conhecem a Mercearia do Miguel. Aberta desde 1958, foi propriedade do senhor Miguel e da mulher, Tininha, até outubro de 2013, altura em que Teresa Valle e Nuno Felgar compraram o espaço com a promessa de que manteriam a função original. As frutas e legumes, vinhos, frutos secos a granel, conservas, azeites e outros produtos que ali estão para levar para casa são os mesmos que são servidos à mesa, transformados em deliciosos petiscos ou no formato original – no caso do vinho, por exemplo, basta escolher da estante qual o vinho que prefere e somar-lhe a taxa de serviço. Ao lanche, a grande especialidade é a granola caseira servida com fruta e iogurte (2,60 euros), perfeita com um chá gelado (1,20 euros) mas também não falta quem se deixe antes tentar pelo lanche salgado e opte por uns crostini (3,5 euros) acompanhados por um copo de vinho (2,20 euros). Se ficar fã, lembre-se que pode levar tudo para casa. (Foto Rui Oliveira/GI)
14. Miss Pavlova (PORTO): Após um ano e meio de presenças em mercados urbanos, vendas por encomenda e muitos fãs nas redes sociais, a Miss Pavlova encontrou um espaço físico onde é possível devorar as pavlovas habituais, entre as quais a clássica (natas, ganache de chocolate e morango), a bomba (de oreo), a exótica (com frutos silvestres e curd de maracujá) ou a estrela da casa, a Floresta Negra (que reúne na mesma fatia uma base de brownie de chocolate e frutos vermelhos e a pavlova ), e também as novas pavlovas que vão sendo inventadas consoante a vontade, a época e a imaginação. Se o aspeto demasiado bonito o preocupar, saiba que pode trincar sem medo: a pavlova é muitíssimo leve e pouco doce, nada enjoativa, e uma fatia (desde 2,80 euros) desaparece num instante. Ao lanche, experimente o menu que junta chá e uma fatia de pavlova por 4,40 euros. (Foto Pedro Granadeiro/GI)
Há os mais saudáveis e os mais gulosos. Os tradicionais e os irreverentes. No que toca a lanches, Lisboa e Porto não se fazem rogadas e apresentam sugestões para todos os gostos, perfeitas para aconchegar o estômago e a alma durante o outono. Um roteiro para tardes felizes como a do Dia dos Namorados.