Primeira escola de setas nasce no clube onde Luís Figo se iniciou na bola

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[Fotografia: Vitolda Klein/Unsplash]

Vai nascer o primeiro centro de formação de dardos em Portugal, mas aguarda resultado de uma candidatura a fundos de apoio da Câmara Municipal de Almada. A escola de setas já tem confirmado “o apoio da União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas.

As setas ‘apareceram’ na coletividade ‘Os Pastilhas’ em plena pandemia”, através da instalação de máquinas online que motivaram a participação dos associados nos torneios de ‘Stay Home Darts’, uma competição que foi criada para permitir aos jogadores competirem entre si, com recurso à internet e a câmaras de filmar. Agora, com o desconfinamento em curso, o presidente da coletividade mostra-se “esperançado” de que mais associados apareçam na sede “para jogar” presencialmente.

Curiosamente, ‘Os Pastilhas’ foi a mesma coletividade onde o jogador Luís Figo deu os primeiros passos como futebolista, onde se começou a formar.

O ‘patrono’ da futura escola de setas, José de Sousa e jogador de dardos português do World Tour, que aproveitou uma curta presença em Portugal para marcar presença no torneio, mostrou-se “honrado” com a distinção. “Foi uma ideia deles muito interessante e claro que disse logo que sim. É uma honra. Faço questão de estar presente quando começar e, quem sabe, vir a estar presente numa ou outra aula”, admitiu o jogador do circuito da Professional Darts Corporation (PDC).

A modalidade, de resto, “tem uma vertente educativa” que, muitas vezes, passa “despercebida para a maioria das pessoas”, disse à Lusa o presidente da Associação de Setas da Zona Oeste, Rui Duarte. “É importante no desenvolvimento matemático pelas contas de cabeça que é necessário fazer para fechar os jogos nos números certos. Nos Países Baixos e no Reino Unido já há escolas que têm as setas como atividade extracurricular” pela ajuda que dão ao aumento da “ginástica mental”, explicou o dirigente.

O português José de Sousa é um dos 64 detentores do cartão do World Tour da Professional Darts Corporation (PDC) e, no final de maio, sagrou-se vice-campeão da Premier League, um dos mais importantes torneios da modalidade.

Em novembro de 2020, tornou-se no primeiro estreante a vencer o Grand Slam da PDC, ao bater o inglês James Wade, na final, por 16-12.

Foi o melhor resultado de sempre de um jogador de dardos português no circuito profissional, a juntar aos triunfos no European Darts Grand Prix, em outubro, e aos Players Championships de Barnsley e Dublin, em 2019.

José de Sousa, de 46 anos, natural da Azambuja, ganhou o cartão de jogador do ProTour em 2019, ano em que deixou de lado a sua profissão de carpinteiro e passou a dedicar-se a tempo inteiro aos dardos.

Atualmente, ocupa o segundo lugar da Ordem de Mérito do ProTour, ‘ranking’ que mede as prestações dos jogadores do circuito nos últimos 12 meses, e segue em 11.º na Ordem de Mérito da PDC, que avalia as prestações nos últimos dois anos.

As duas tabelas, no entanto, ainda não foram atualizadas com os resultados da Premier Legue, que terminou há pouco mais de uma semana, e na qual José de Sousa arrecadou 120 mil libras (quase 140 mil euros) pelo segundo lugar.