Pano. Muito pano. Os Óscares regressaram tal como os conhecemos ainda antes da pandemia e a passadeira vermelha trouxe mais cai-cai e decotes trabalhados do que os vertiginosos que há muito os espectadores foram sendo acostumados.
As caudas voltaram a desfilar diante do Dolby Theatre, em Hollywood, mas as rachas profundas – que também as houve – emergiram agora em menor número.
No que diz respeito às cores, o azul, o preto, os vermelhos deixaram bem a sua marca em noite de celebração, mas os discretos pastéis deram mesmo nas vistas.
Cai-cai para todos os cortes e ousadias
Desde mais estruturados e contidos, aos mais ousados e curtos, a red carpet da 94ª cerimónia dos Óscares fez-se mais de cai-cai do que de rachas vertiginosas. Aqueles emergiram com os mais variados recortes: o triângular de Nicole Kidman por Armani Prive e num azul feito só para ela própria, o folhoso de Billie Eilish pela Gucci ou o absurdamente reto de Maggie Gyllenhaal.
A cerimónia também houve cai-cai em círculos, ou melhor, microcírculos. Que o diga Tracee Ellis Ross com a proposta de Carolina Herrera.
Dourados, prateados e os apontamentos
São elemento sempre nas festas e nas galas, e nesta noite de domingo, 27 de março, na red carpet do Dolby Theatre não foi exceção. Zendaya foi um dos rostos desta aposta, numa saia de cauda prateada conjugada com uma camisa desconstruída da autoria de Valentino. Jessica Chastain compareceu com lantejoulas e num degradée de cor pela Gucci.
Tons pastel
Marca já evidente nos exemplos acima descritos, as opções pelas cores mais pálidas apresentadas em noite de gala foram ainda mais além. Houve flores e matizes diversos.
E, claro, os clássicos com chamada de atenção no decote
O branco, o preto, o azul escuro e o vermelho não falaram na gala. O destaque, na maioria destes casos, recaiu sobre um decote mais trabalhado e arredondado.
Eis a primeira grande montra da moda para 2022 em noite de celebração, de prémios e que se quer histórica: é a primeira vez que a apresentação está na mão de três mulheres – as atrizes e humoristas Regina Hall, Amy Schumer e Wanda Sykes – e conta com uma mulher já oscarizada e que volta a estar nomeada para melhor realização. Falamos da realizadora neozelandesa Jane Campion no filme O Poder do Cão. Recorde-se que, em 1994, foi indicada com o filme O Piano, que lhe valeu o Óscar de melhor argumento original.
Uma noite em que também poderá se possível ouvir falar português. O designer luso-canadiano Luís Sequeira também volta a estar nomeado depois de ter vivido situação semelhante em 2018 com o filme A Forma da Água. Este ano, está nomeado para “Melhor Guarda-Roupa” pelo filme Nightmare Alley – Beco das Almas Perdidas, do realizador mexicano Guillermo del Toro. O filme de del Toro soma quatro nomeações.