Ouro reciclado e diamantes de laboratório para um mundo melhor

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Não é novidade para ninguém que a preocupação com o meio ambiente é uma realidade cada vez mais constante e presente na vida de todos nós. Desde a moda ao calçado, passando também pela cosmética, várias são as lojas e marcas que se estão a tentar adaptar e ser mais amigas do ambiente. A joalharia não é diferente.

Também a industria da joalharia está a repensar nas suas ações menos éticas e a rever o seu impacto no meio ambiente. “Acredito que já existem suficientes coisas bonitas no mundo e não precisamos de fazer mais”, argumenta a joalheira Ariana Boussard-Reifel à revista S Moda. Por isso, quando começou a criar as suas próprias peças, pensou em outras formas de agir e pensar, diminuindo a sua pegada ecológica.

Uma das soluções foi o ouro reciclado porque é fácil e barato e funciona exatamente da mesma forma que a matéria recém-extraída, porque usamos lingotes que o nosso fornecedor obtém ao derreter joias velhas”, esclarece Jessica Warch, cofundadora da marca de ambas, Kimai. As suas criações, que se intitulam de “luxo ético”, são usadas por Meghan Markle, Beyoncé ou Cardi B.

Neste mesmo sentido, são cada vez mais os artesãos que partilham desta abordagem e inclinação para reutilizar matérias-primas, reduzindo assim o seu impacto no meio ambiente.

Rosh Mahtani também criou a sua própria empresa, a Alighieri, tendo como intuito dispensar produtos químicos, mas também com o objetivo de não gerar excesso de produto. Para isso, resgata moedas antigas e dá-lhes uma nova vida, embelezando assim colares ou pulseiras.

Mas assim como o ouro, também as pedras preciosas são muito importantes neste ramo, sendo que os consumidores adoram saber que são verdadeiras. Mas as pessoas agora querem, acima de tudo, comprar materiais com os quais se identifiquem com a história e que sejam eticamente corretos.

“As joias têm muito significado. Os consumidores estão agora cada vez mais a procurar algo com que se conectem culturalmente, esteticamente e eticamente ”, afirma ao mesmo meio Boussard-Reifel.

Por isso mesmo, as novas propostas permitem que se prescinda das gemas: “Comecei a perguntar-me porque é que as joias eram feitas com pedras preciosas”, diz Seulye Jo, da Cled. Então, começou a substitui-las por peças de vidro reciclado e, com a ajuda do seu trabalho manual, eleva o que para alguns era lixo à categoria de joias.

Já a marca Kimaï renuncia os diamantes naturais e substituí-os por outros criados em laboratório. Isto porque os desenvolvimentos técnicos ao longo dos últimos anos reduziram drasticamente o custo deste método (que gera artificialmente pedras que são visualmente idênticas às naturais, mesmo para olhos experientes).

“O resultado é idêntico quer na cor, corte, quilates e clareza. Preserva assim a cobiçada magia dos diamantes tradicionais, sem, no entanto, o impacto ético e ambiental a que está associada a indústria”, afirma.

Em suma, são imensos os caminhos que ainda podem ser percorridos para que esta indústria fique cada vez mais sustentável, transformando o luxo em peças amigas do ambiente – e de todos nós.