Guerra na Ucrânia: Jornalista russa morta num ataque em Kiev

Oxana Baulina
[Fotografia: DR]

Uma jornalista russa, do portal de informação The Insider, morreu na sequência de um ataque a um centro comercial em Kiev, onde se encontrava em trabalho, revelou esta quarta-feira, 23 de março, o órgão de comunicação.

Oxana Baulina estava em filmagens naquela infraestrutura, no distrito de Podolsk, na capital ucraniana, a documentar um ataque prévio das forças russas, quando ocorreu um novo bombardeamento.

Um outro civil também morreu e duas pessoas que acompanhavam a jornalista ficaram feridas e encontram-se hospitalizadas, revelou o portal de investigação The Insider, citado pela agência EFE.

The Insider é um dos meios de comunicação russos considerados como “agentes do estrangeiro” por receber financiamento do exterior.

Antes de ingressar neste portal, Oxana Baulina trabalhou como produtora numa organização anticorrupção do principal opositor russo ao regime de Vladimir Putin, Alexei Navalni, atualmente preso.

Quando esta organização de Navalni foi declarada extremista, Oxana deixou a Rússia para continuar a trabalhar para o The Insider sobre casos de corrupção na Rússia.

Atualmente encontrava-se na Ucrânia, onde realizou várias reportagens desde Kiev e Lviv.

Além de Oxana Baulina, mais sete jornalistas morreram desde o início da guerra na Ucrânia: Dilerbek Shukurovich Shakirov, Yevgueni Sakun, Viktor Dudar, Brent Renaud, Pierre Zakrzewski e Oleksandra Kurshynova, segundo dados da Organização Não-Governamental Press Emblem Campaign (PEC).

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.