Pais portugueses têm mais sentimento de culpa

Loving mom talking to upset little child girl giving support
[Fotografia: Istock]

Dois terços dos pais portugueses revelam sentimento de culpa no que diz respeito à forma de educar os mais pequenos. Um inquérito levado a cabo junto de 350 pais em território nacional e que auscultou opiniões de progenitores do Reino Unido, da Irlanda, de França, de Itália e da Holanda, indicou que os portugueses se sentem duas vezes mais culpados do que a média europeia.

Mais do que as mães, o estudo realizado pela empresa de etiquetas adesivas My Nametags vem revelar que eles sentem seis vezes mais peso na consciência por mês: 56 vezes em que se lembram desta situação.

De acordo com o comunicado enviado às redações, a maior culpa parental portuguesa repousa no facto de a criança passar muito tempo em frente a um ecrã, com mais de 1/3 dos pais a enunciar essa possibilidade. “A perda da calma perante a criança surge como segundo fator, não brincar tempo suficiente (29%), não a ver tanto quanto gostaria devido às longas horas de trabalho (27%), e por último, sentir que não passam suficiente tempo de qualidade com os seus filhos (27%)”, lê-se no comunicado.

Segundo a mesma nota à comunicação social, é curioso perceber os contrastes face aos outros pais. No caso dos irlandeses, a maior fatia da culpa relativamente à descendência deve-se à incapacidade de “organizar hobbies suficientes para a criança”. No que diz respeito aos franceses e italianos, estes lamentam o facto de não combinarem “mais brincadeiras com outras crianças”.

As culpas específicas das mulheres

Sobre a realidade portuguesa e no que diz respeito a sexo feminino, as mulheres revelam mais culpa “por não passar a ferro todas as roupas da criança, estarem ao telemóvel quando deveriam estar a dar atenção aos mais pequenos e não comprarem roupas novas todos os meses”. Os pais lamentam falta de “paciência para disciplinar os filhos ou por faltarem a eventos escolares”.

A pandemia provocada pelo Covid-19 veio, refere a mesma investigação, agudizar a sensação de culpa, com um em cada dez progenitores, com as mães à frente nesta contagem, a considerar que não está a aproveitar o tempo extra com os filhos da melhor forma.

“Quase metade dos portugueses referem sentir uma culpa adicional devido às medidas de confinamento, embora seja uma situação que fuja do seu controlo”, lê-se na nota enviada à comunicação social. Olhando ao detalhe, 31“17% acredita que não está a dar atenção suficiente devido ao teletrabalho, 12% sente culpa por as crianças não poderem ver outros parentes e 11% crê que não está a dar o devido apoio na telescola”.

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